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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Mais estranho não é pior


Coisas estranhas continuam acontecendo em Hawkins, Indiana. E o que é mais estranho, mas não surpreendente, é que a segunda temporada de Stranger Things é simplesmente tão boa quanto a primeira. A mesma diversão, o mesmo suspense, a mesma nostalgia. Mas, sem ser exatamente apenas mais do mesmo.

O enredo agora expande a mitologia da série, buscando inserir novidades e ampliar o que está em jogo - de certa forma não muito diferente do que várias produções cinematográficas já fizeram, como por exemplo Aliens - O Resgate foi para Alien - O Oitavo Passageiro. Só que não se contém em repetir a fórmula e aumentar a dose, mas arrisca novas abordagens, mudando significativamente a dinâmica anterior.


Mesmo em meio a um escopo maior, há a devida dedicação para o desenvolvimento dos personagens. Os atores mirins se mostram profissionalmente mais maduros, mas ainda com um charme infantil e sem apresentar trejeitos ou caracterizações exageradas. Há uma nítida evolução em Millie Bobby Brown e Noah Schnapp, agora que seus Eleven e Will Byers têm mais material para trabalhar. Os atores jovens e adultos mantêm o nível da temporada passada, com destaque para uma Winona Ryder com menos excessos e Joe Keery entregando um Steve muito mais relacionável. As novidades no elenco são bem vindas e os novos personagens têm o que acrescentar à trama, não estão ali somente para tapar buracos. Mais indicações ao Globo de Ouro e ao Emmy para atores e atrizes seriam mais do que merecidos.

Os criadores irmãos Duffer continuam responsáveis pela direção da maioria dos episódios. Mas, é interessante que criaram oportunidades para outros diretores entrarem na jogada, como é o caso do bicampeão do Oscar pela Pixar, Andrew Staton, que assume o comando de dois episódios. A temporada funciona como um excelente crescendo musical e, após o (injustamente) menosprezado sétimo episódio (uma pequena "interrupção" para um essencial solo), culmina nos dois excelentes episódios derradeiros.

O desfecho funcionaria como um perfeito final de série, se o conjunto da obra não fosse tão cativante  e não deixasse um desejo incontrolável de continuar vendo aquilo ali por mais temporadas.


Stranger Things (2a. temporada), 2017




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