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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Spielberg: de onde veio, para aonde vai?


Notícia: A premiada documentarista Susan Lacy vai fazer um filme sobre Steven Spielberg. Além de entrevistas exclusivas com tipos como Martin Scorsese, George Lucas, Francis Ford Coppola, Robert Zemeckis, Kathleen Kennedy, JJ Abrams, John Williams, Tom Hanks, Harrison Ford, Tom Cruise, Daniel Day Lewis, Leonardo DiCaprio, entre vários outros, ela também registrou mais de 30 horas com o próprio Spielberg.

Reação: Uau. Isso vai ser espetacular.

Sequência da notícia: É uma produção da HBO.

Sequência da reação: Uh-oh. Ou vai tratar de destrinchar a sanguinolenta batalha inicial de O Resgate do Soldado Ryan e explorar as cenas de nudez e sexo de Munique, ou então vai desvendar alguma obscuridade pessoal terrível do cineasta.

Naturalmente, o documentário intitulado simplesmente Spielberg, que já está na grade do canal da TV fechada e também na sua plataforma HBO GO, não é nada disso. Trata-se de uma celebração da carreira do mais prolífico e influente cineasta de todos os tempos, ao mesmo tempo em que expõe algumas de suas falhas e surpreendentemente adentra um pouco de sua intimidade.


Para quem já é fã e acompanha com detalhe a carreira de Spielberg, há pouquíssima novidade. Mas, mesmo assim é obrigatório e imperdível. E quem é leigo ou pouco ligado, estará muito bem servido. Antes, porém, um aviso: há spoilers (no caso, cenas finais de filmes sendo exibidas sem cerimônia) das principais obras do diretor, como Encurralado, Tubarão, Contatos Imediatos do Terceiro Grau, E.T. - O Extraterrestre, Império do Sol, A Lista de Schindler, Guerra dos Mundos, Munique... E esses são filmes que merecem ser vistos antes deste documentário.

O formato da produção é extremamente básico, mas aqui vale muito mais o conteúdo, embora alguns filmes sejam completamente ignorados (O Mundo Perdido, Além da Eternidade, O Terminal) e outros quase (Hook: A Volta do Capitão Gancho, As Aventuras de Tintim). Há pouco espaço também para os rumores polêmicos que sempre circundaram Hollywood sobre as supostas atribulações nos bastidores de Poltergeist - O Fenômeno e do próprio Hook.

Apesar de já ter uma duração maior, quase duas horas e meia, fica nítido que muito mais poderia ser mostrado. As façanhas e os sucessos como produtor, por exemplo, são ligeiramente pincelados em poucos segundos, com a aparição de vários cartazes dos filmes e séries que tiveram seu toque de midas. Mas, um filme com boa história e personagens cativantes é assim: mal termina e fica o gostinho de quero mais.

Quem sabe Susan não lança 'Spielberg 2' ou 'Spielberg: The Mega Extended Edition'? Afinal, aquele monte de celebridade não conversou com ela só por poucos minutos e ainda deve ter muita coisa valiosa nas 30h que passou com o cara.


Spielberg (HBO), 2017




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