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quarta-feira, 25 de maio de 2016

Zangados e sem graça


Angry Birds é um game que, como tantos outros que viraram hits nos últimos tempos, só de assistir alguém jogando-o não dá pra entender seu sucesso. Mas, basta assumir o controle para, rapidamente, ser fisgado e se viciar.

A história por trás é bem simples: os pássaros estão bravos porque porcos verdes roubaram seus ovos. Como aquelas aves não voam, mas cada qual tem uma habilidade diferente, o jogador tem que lança-las usando um estilingue, buscando sempre a melhor estratégia para superar obstáculos e desafios que mudam a cada fase, a fim de derrotar os porcos e impedir que os ovos virem um banquete.

Angry Birds: o Filme, uma clara tentativa de ganhar mais dinheiro em cima da popularidade do joguinho (não bastassem os spin-offs, tie-ins, livros, desenhos, bonequinhos, guloseimas, lancheiras, etc), é basicamente esta mesmíssima premissa, esticada em um roteiro fraco e esquecível. O humor fácil e, recorrentemente, pastelão agrada os mais novos, enquanto as tentativas de servir também como uma opção para os pais fracassam, se apegando a pequenas referências óbvias e descontextualizadas e até desnecessárias piadinhas (nem sempre) sutis de cunho sexual e homossexual.


A animação é bem feita, mas, vindo de uma fonte onde tudo é jogado de um lado para o outro e coisas são derrubadas e destruídas, perde-se uma ótima oportunidade de usar bem o 3D. Em contraste ao empolgante e complexo universo criado pela Disney no recente Zootopia, o mundo de Angry Birds: o Filme, se resume a duas ilhas: a dos Pássaros, sem graça e pouco funcional; e a dos Porcos, confusa e ausente de apelo visual. Tudo parece não passar de um emaranhado de referências aos jogos, inseridas para agradar os fãs mais (e menos) atentos.

A trilha sonora de Heitor Pereira, aliás, peca pelo oposto. Como no ótimo trabalho feito por Michael Giacchino em Speed Racer, o compositor brasileiro poderia ter criado uma trilha marcante se tivesse investido em variações do divertido e já bastante conhecido tema musical do jogo. Porém, são poucos momentos que remetem a este material e o resultado é uma trilha genérica e, ironicamente, pouco original.

No fim das contas, Angry Birds: o Filme, funciona bem mesmo somente para aqueles que gostam de ficar assistindo o que uma outra pessoa está jogando. Até as crianças terão pouca vontade de repetir a dose.

Angry Birds: o Filme (The Angry Birds Movie), 2016




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