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sábado, 9 de janeiro de 2016

Pixar, de cinéfilos para cinéfilos


Como se faltasse motivo pra amar a Pixar:


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Pega mal, teatro


Lançada a 42a. Campanha de Popularização de Teatro em Belo Horizonte, fui procurar peças infantis pra levar meu filho.

Nenhuma que ele já não tenha ido chamou atenção, mas logo me lembrei de uma recomendação para levá-lo na tradicional, mesmo, dos três porquinhos. Porém, a programação contava com duas peças distintas: "3 Porquinhos" e "Os 3 Porquinhos". Ter que escolher no escuro entre duas pode até parecer uma tarefa árdua, mas pior é quem tem que escolher entre três variações de Frozen.

Enfim, uma rápida lida nas duas sinopses oficiais acabou com minha dúvida: comprei ingresso para a peça que NÃO tinha um personagem chamado "Lobo Mal".

Não dá.

PS.: Não, eu não saberia escolher entre as peças que têm "Ana e Elza", "Anna e Elsa" e "duas irmãs que encontrarão o verdadeiro sentido do amor".

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O odiado


Os Oito Odiados é uma grande decepção.

Não deveria ser, mas é. Quem é fã de Tarantino certamente vai regozijar em êxtase, pois a produção tem exatamente tudo o que se espera de um "filme de Tarantino". E é justamente esta a grande decepção, mais uma vez.

Por um bocado de minutos, Os Oito Odiados parece tentar fugir do anacronismo presente anteriormente em Django Livre (aliás, um dos menores dos inúmeros problemas daquele filme) e nenhuma variação de 'f***', por exemplo, é ouvida. Até que um personagem solta o primeiro e está aberta a porteira para os xingamentos e insultos costumeiros.

E é só depois de uma hora e meia (quase toda a duração de Cães de Aluguel, por exemplo), que um personagem é morto em Os Oito Odiados. Depois da primeira bala, há um festival de mortes, sadismo e violência, em escala suficiente para compensar e tirar da cabeça a ideia de que Tarantino poderia estar se reinventando.


De fato, Tarantino não se contém e acaba se apegando às suas referências de sempre, garantindo que suas tradicionais (e manjadas) marcas registradas sejam impressas e façam-se percebidas.  Não é a toa que o próprio cineasta tenha dito que suas principais influências para este filme foram O Enigma de Outro Mundo e... Cães de Aluguel.

Não há outro motivo, que não deixar uma assinatura sua, para aleatoriamente inserir uma canção moderna neste filme de época, mesmo após contratar um gênio para cuidar da trilha sonora original. E por quê fazer questão de resgatar o 70mm (um formato ideal para grandes paisagens), fazer propaganda, brigar pela projeção, e incluir referência explícitas no roteiro a quão gloriosa a imagem fica no formato, se mais de 80% do filme será confinado a um espaço fechado e pequeno?

Não que centrar a história em único local seja ruim - a limitação do espaço é positiva, pois favorece seu ponto forte. Mesmo assim, se ele ainda sabe escrever diálogos marcantes, aqui mostra novamente como que todos seus personagens nada mais são do que meros transmissores da sua própria voz. As caracterizações são resumidas a títulos e posturas, já que mesmo com educação e históricos culturais bem diferentes, todos conseguem dialogar com uma mesma desenvoltura e uma mesma riqueza de vocabulário. E é bastante suspeito (e enganoso), quando um (ou mais, para não revelar nada) personagem(ns) se revela(m) ser outra(s) pessoa(s), sendo que antes conseguia(m) travar duelos verbais usando informações que não teria(m) como ter.

Estruturando o longo longa quase que como uma peça teatral, durante uma boa parte da projeção Tarantino parece estar usando o western apenas como fachada para um interessante whodunnit, à la Agatha Christie. Mas, infelizmente, termina mesmo provendo um desfecho pobre e preguiçoso, desperdiçando uma trama promissora para surpresas e reviravoltas.

Em resumo, basta assistir ao (bem executado, por sinal) plano de abertura, dos créditos iniciais, para entender a essência de Os Oito Odiados: Ennio Morricone provando que é, e sempre será, um dos grandes compositores da história do cinema (e, sem dúvida, o maior do gênero western), e Tarantino expondo metaforicamente como é seu ego - se Deus é grande, não há nada que ele, Tarantino, não possa tornar tão grande quanto, ou maior, na tela do cinema.