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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

2017 - O que vem por aí...


Então, a minha lista dos mais aguardados do ano...

01. Dunkirk (Dunkirk)
Guerra - 20 de Julho
Dir.: Christopher Nolan
Com Tom Hardy, Cillian Murphy, Mark Rylance



02. Star Wars: Episódio VIII (Star Wars: Episode VIII)
Aventura - 15 de Dezembro
Dir.: Rian Johnson
Com Daisy Ridley, Adam Driver, Mark Hamill

03. The Kidnapping of Edgardo Mortara (Ainda sem título em português)
Drama - Sem data prevista
Dir.: Steven Spielberg
Com Mark Rylance, Oscar Isaac

04. Fragmentado (Split)
Suspense - 23 de Março
Dir.: M. Night Shyamalan
Com James McAvoy, Anya Taylor-Joy, Haley Lu Richardson

05. God Particle/ Cloverfield Movie (Ainda sem título definitivo)
Suspense - 27 de Outubro (EUA)
Dir. Julius Onah
Com Gugu Mbatha-Raw, Elizabeth Debicki, Daniel Brühl

06. Blade Runner 2049 (Blade Runner 2049)
Ficção-Científica - 05 de Outubro
Dir.: Denis Villeneuve
Com Ryan Gosling, Harrison Ford, Robin Wright

07. A Torre Negra (The Dark Tower)
Aventura - 27 de Julho
Dir.: Nikolaj Arcel
Com Matthew McConaughey, Idris Elba, Katheryn Winnick

08. The Book of Henry (Ainda sem título em português)
Drama -  16 Junho (EUA)
Dir.: Colin Trevorrow
Com Lee Pace, Naomi Watts, Jacob Tremblay



09. Duas pseudo-sequências/ filmes de origem:
LEGO Batman: O Filme (The Lego Batman Movie)
Animação - 09 de Fevereiro
Dir.: Chris McKay
Com vozes de Will Arnett, Rosario Dawson, Zach Galifianakis

Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island)
Aventura - 09 de Março
Dir.: Jordan Vogt-Roberts
Com Brie Larson, Tom Hiddleston, John Goodman

10. Duas continuações:
Liga da Justiça (Justice League)
Aventura - 16 de Novembro
Dir.: Zack Snyder
Com Ben Affleck, Gal Gadot, Henry Cavill

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales)
Aventura - 25 de Maio
Dir.: Joachim Rønning, Espen Sandberg
Com Johnny Depp, Geoffrey Rush, Javier Bardem


Pra ficar de olho também: Annihilation, Downsizing, The Current War, ColossalBright.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Deixando 2016...


Chegou aquele momento de fazer minha lista dos melhores do ano (considerando apenas os que foram lançados no Brasil em 2016 e os que eu consegui ver, claro):


01. A Chegada

02. Rua Cloverfield, 10




03. O Regresso

04. Zootopia - Essa Cidade é o Bicho

05. Ave, César!

06. O Quarto de Jack

07. Rogue One: Uma História de Star Wars




08. O Bom Gigante Amigo

09. Kubo e as Cordas Mágicas

10. A Bruxa


Taí... Dizem que o ano foi meio ruim, mas teve bom de filmes.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Uma outra nova esperança


Quando a Disney comprou a Lucasfilm e anunciou que queria lançar um filme por ano com a marca Star Wars, tudo soou como um puro e legítimo caça-níquel. E quando o primeiro spin-off da série começou a convocar atores durante a pós-produção para regravar cenas e "corrigir o tom do filme", a situação ficou ainda mais desanimadora.

Porém, Rogue One: Uma História de Star Wars provou que os pessimistas estavam errados. Provou que aquele universo é grande e rico suficiente para contar uma história emocionante e que não seja centrada no clã Skywalker. Provou que é possível existir um bom filme de Star Wars sem (praticamente) a presença das coisas que mais marcam a franquia, como jedis, sabres-de-luz e uma trilha sonora de John Williams. Provou que outros artistas podem inserir elementos e personagens novos tão interessantes quanto os criados originalmente por George Lucas. Provou que 'prequência' não é sinônimo de ruim.


Rogue One se passa antes dos acontecimentos do Guerra Nas Estrelas original (também conhecido como Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança) e, por incrível que pareça, tem muito a acrescentar, tornando o filme de 1977 até melhor ao responder a uma determinada crítica que sempre rondou a mitologia da saga. Mas, ao contrário dos Episódios I a III, preencher lacunas e explicar como as coisas chegaram aonde estão não é a razão principal da existência de Rogue One. Ele funciona muito bem como um filme único e autônomo, um filme de espionagem, um filme de "equipe multidisciplinar executando um roubo impossível", um filme de guerra (o Wars do Star nunca teve tanto destaque assim antes).

Pegando o embalo do recente Episódio VII - O Despertar da Força, mais uma vez a (acertada) aposta é em uma protagonista feminina, cercada por diversidade. Aqui há espaço para negro, latino, oriental, árabe e portador de deficiência. Nunca fez mesmo muito sentido, numa galáxia tão vasta e cheia de espécies e raças diferentes de alienígenas, os humanos serem só brancos. O elenco está muito bem escalado e engajado e até dá para perceber a satisfação da atriz Felicity Jones, e de sua personagem Jyn Erso, quando tem a honra de falar a recorrente frase da saga, com uma pequena e adequada variação, "Que a Força esteja conosco". E como é que conseguiram um papel em que Mads Mikkelsen não é esquito e ameaçador?

O visual da produção é um show à parte, como não poderia deixar de ser, com um pequeno porém para a presença de dois personagens digitais, cuja artificialidade se destaca negativamente e incomoda os olhares um pouquinho mais atentos. Mas, nada que estrague a experiência como um todo onde, assim como a trilha sonora, tudo parece fresco e novo, porém recorrentemente remetendo ao Star Wars conhecido, sem sê-lo, até que em alguns momentos se rende e abraça plenamente sua natureza.

Rogue One abre novas possibilidades. Financeiras, pois é sucesso garantido nas bilheterias, e artísticas, pois mostra que há espaço para se desviar da fórmula estabelecida. Por exemplo, o filme desbrava um território cinzento onde mocinhos não são tão certinhos (incluindo uma cena que é um verdadeiro "Toma isso, 'Han não atirou primeiro'!") e onde os finais não são exatamente padrão Disney. Curioso que a outra frase recorrente de Star Wars, "Eu tenho um mau pressentimento sobre isso", seja aqui interrompida no meio de sua fala, de forma muito adequada para a cena e também muito coerente com o que a produção poderia representar e de fato representa para o futuro da franquia.


Rogue One: Uma História de Star Wars (Rogue One: A Star Wars Story), 2016




sábado, 17 de dezembro de 2016

Store Wars


Entro numa tradicional loja de brinquedos em busca de um sabre de luz de presente pro Natal. Tentando evitar um diálogo fatalmente nada esclarecedor com algum vendedor só de olho na meta de fim-de-ano, me dirijo à área da loja onde estavam estes itens algumas semanas atrás.

Para minha surpresa e desânimo não vejo os sabres. Uma vendedora percebe meu semblante de perdido e o inevitável acontece:

- Procurando algo específico?

- Errr... Sim. Vocês têm sabres de luz?

Recebo uma cara de interrogação e espanto como se eu tivesse acabado de perguntar sobre a transformada de Fourier.

Tento explicar:

- Aquelas "espadas laser" do Guerra Nas Estrelas...

- Ah... não. Do Guerra Nas Estrelas não temos, não. Só do Star Wars.

O.. K...

- Tá, pode me mostrar?

Sou conduzido para a seção de artigos de Star Wars. E ali fico abandonado...

- Viu? Só Star Wars mesmo.

Começo a analisar as opções e do meu lado esquerdo uma vendedora mostra a máscara do Kylo Ren para uma cliente.

- Esse é o vilão do momento.

- Ah é? E aquele relogiozinho ali?

- É do Darth Vader. Ele é popular também.

- Mas eu não quero levar de gente do mal, não. Vou levar este daqui.

E ao pegar um relogiozinho de Stormtrooper ela olha para mim buscando aprovação (segurando três tipos de sabre de luz diferentes, certamente sou um especialista no assunto).

- Bom, pra te dizer a verdade todos esses dois são do mal.

E tento me concentrar, para resolver logo minha vida. Onde esconderam o sabre de luz verde???

Do meu lado direito, duas donas mexendo nos bonequinhos:

- E essa daqui ninguém sabe quem são os pais dela, é o grande mistério da história.

- E esse daqui?

- Ah, esse aí é mais ou menos, ele é o pai do vilão e morre no fim do filme.

Affffff.

- Hmmm... não, eu quero levar o mais legal. Tem que ser o mais legal de todos.

Sou salvo pela Força, encontro o sabre de luz verde e saio correndo em direção ao caixa.

Na saída, ainda esbarro com esta última dona.

Na mão, o bonequinho do Jar Jar Binks.


sábado, 10 de dezembro de 2016

Era uma vez no West world


Dirigido por Michael Crichton, o filme Westworld - Onde Ninguém Tem Alma foi, em 1973, um precursor e clara fonte de inspiração para grandes obras de ficção científica como O Exterminador do Futuro e Parque dos Dinossauros (escrito pelo próprio Crichton quase 20 anos depois). Num parque de diversões high-tech, as pessoas (com muito dinheiro) têm a oportunidade de vivenciar uma experiência imersiva no velho oeste onde bandidos, xerifes, pistoleiros, índios, fazendeiros e prostitutas são androides hiper-realistas que se misturam com os convidados. Como em Blade Runner - O Caçador de Androides, é praticamente impossível distinguir humanos de máquinas, com a diferença que aqui estas não conseguem machucar aqueles. Até que um pistoleiro dá defeito e sai matando convidados e causando caos no parque.

A série Westworld pega a premissa simples do filme e a transforma em uma obra bem mais complexa, com toques pessoais (e lampejos de trabalhos anteriores para a TV) de seus co-criadores Jonathan Nolan (Person of Interest) e J.J. Abrams (Lost e Fringe) e, claro, com as tradicionais cotas HBO de violência, nudez e sexo. Ainda, conta com uma trilha sonora do veterano de HBO Ramin Djawadi, famoso por Game of Thrones, que é um destaque à parte, seja com seus temas originais, seja com suas versões para piano estilo western salloon de Rolling Stones, Amy Winehouse, The Animals, Nine Inch Nails, Soundgarden e... Radiohead.


Mas, existem dois problemas principais nesta primeira temporada.

Um deles é que praticamente não há personagens relacionáveis, simpáticos ou agradáveis para conquistar a empatia dos espectadores. E os poucos que existem acabam se tornando muito secundários, desaparecendo logo ou se convertendo para o lado negro da força. Tudo isto é, de certa forma, ao mesmo tempo culpa do e compensado pelo elenco estelar que está afiadíssimo, com Jeffrey Wright, Jimmi Simpson, Thandie Newton, James Marsden, Ed Harris e, em papéis menores mas também marcantes, o brasileiro Rodrigo Santoro e a sueca Ingrid Bolsø Berdal. O destaque maior é Evan Rachel Wood que desde a primeira até a ultima cena traz sutileza e ambiguidade a um papel difícil, que facilmente poderia desandar pro caricato. E ainda há Anthony Hopkins que até quando está fazendo o basicão (para ele) já é algo fora do normal.

O outro problema é que a série tem um ritmo mais lento, dedicando muito tempo a filosofar sobre a natureza humana. Existem, sim, empolgantes cenas de ação, mas Westworld pode, incompreensivelmente, desagradar o público justamente por investir muito no que sabe fazer de melhor. Dali surgem diálogos dignos de Tyrion Lannister, Mindinho e Lord Varys e toda a base para uma ficção científica com conteúdo. E à medida em que a temporada avança, o passo melhora e a trama apresenta boas reviravoltas, com um desfecho satisfatório, embora opte por não sacramentar claramente o destino de quase todos personagens principais, como se houvesse dúvida sobre quais atores estariam disponíveis para uma segunda temporada.

Westworld se propõe a usar o entretenimento para apresentar um estudo sobre a psiquê humana (psiquê, alma), mas ironicamente, muito mais que o original, mereceria o subtítulo que o filme ganhou no Brasil, 'Onde Ninguém Tem Alma'.


Westworld (1a. Temporada), 2016




quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Sinais musicais


Há mais de um ano comentei sobre a "enrolação" de um amigo - engenheiro, compositor, grande mente pensante da TI e das telecomunicações, nerd de plantão e criador do tema deste blog - de lançar seu primeiro álbum. Acontece que não se tratava de enrolação, mas de uma dedicação exemplar para colocar no mundo uma obra muito bem lapidada.

Sign of Us foi finalmente lançado em iTunes e GooglePlay.


Confira também o site oficial http://signofus.com/

terça-feira, 29 de novembro de 2016

A chegada e a partida


A chegada minha no cinema estava carregada de expectativa para ver uma boa ficção científica. Estava convicto de que veria uma trama inteligente, efeitos de primeira e boas atuações.

Mas, eu não estava preparado para a jornada emocional que A Chegada iria proporcionar.

O novo filme do canadense Denis Villeneuve é uma história de invasão alienígena, sem a invasão. É uma explosão de efeitos especiais, sem explosões. É um primor técnico, sem perder a qualidade nata de arte. É um drama, sem ser melodramático. É uma verdadeira aula sobre paciência, empatia e cooperação, sem ser didático. É um grande cérebro, com um enorme coração. É a magia do cinema na sua melhor essência: a que mexe com a percepção de vida do espectador.


É, sem dúvida, um dos melhores filmes do gênero desde que cheguei ao mundo. (Literalmente. Sou do ano de Contatos Imediatos do Terceiro Grau, que é um parâmetro e tanto.) E, sem dúvida também, é o melhor filme do ano até agora. A direção é genial, o roteiro é impecável, a fotografia é encantadora, a edição é precisa, as atuações (sobretudo de Amy Adams) são formidáveis e a trilha sonora, que muitas vezes se mescla organicamente com os efeitos sonoros, é inigualável.

Há muito o que ser dito sobre A Chegada. Mas, tomando por base a hipótese de Sapir-Whorf, de que o conhecimento do vocabulário de uma língua molda os pensamentos e a percepção do mundo dos indivíduos, abandono meu limitado esforço de tentar expressar em palavras escritas o que deve, o que tem que ser vivenciado no áudio-visual.

Resta dizer que minha partida do cinema foi acompanhada de um desejo único: abraçar cada um dos meus filhos, o de cinco anos e o que ainda nem nasceu. Fortemente.

E longamente. Transcendendo o tempo.


A Chegada (Arrival), 2016

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Onde está?


Daqueles que dá vontade de ter na pendurado em casa...

Uma dupla de artistas gráficos condensou em um poster suas referências favoritas à ficção-científica no cinema e na TV:




Interessante como que de Barbarella, passando por Ripley e Xena, até Ava, Furiosa e Eleven, as mulheres ganharam bastante espaço na arte.

Para ver maiores detalhes (zoom), visite a galeria virtual Hero Complex Galaxy.


domingo, 20 de novembro de 2016

Olhe para a escuridão, e ela olha de volta


Black Mirror é uma série original do Channel Four da Inglaterra que, após duas temporadas de três episódios cada (em 2011 e 2013) e um episódio especial em 2014, migrou para a Netflix, ganhando mais duas temporadas de seis episódios. Lançada em Outubro de 2016, a terceira temporada traz colaborações americanas na frente e por trás das câmeras e conta com um orçamento visivelmente maior que as predecessoras. Mas, as diferenças param por aí. O britânico Charlie Brooker continua como comandante (e escritor) principal e todos os episódios continuam sendo parábolas inquietantes e fascinantes ambientadas em um futuro distópico (perigosamente) não muito distante.  Como o título sugere, a série provê um reflexo sombrio (e até trincado) da sociedade atual e da tecnologia - e para onde elas podem caminhar se desviarem um pouco de seus rumos (ou, às vezes, se não se desviarem).


Muito pelo seu formato, já que cada episódio é uma história independente com equipes e atores distintos, Black Mirror vem sendo comparada a Além da Imaginação. Mas, enquanto a clássica série de Rod Serling trazia contos moralísticos carregados no sobrenatural ou na ficção científica, por vezes com finais felizes ou otimistas, Charlie Brooker opta por um caminho mais satírico, ao mesmo tempo plausível e alarmista, raramente se desviando do ambíguo e do obscuro.

Todos episódios são, na verdade, instigantes média-metragens que mereciam análises e avaliações individuais. Superiores à maioria do que se vê por aí, vale ao menos uma classificação (subjetiva) do melhor para o... menos bom:

01. Toda a Sua História - The Entire History of You (T01, E03), 2011
02. Natal - White Christmas (Especial - T02, E04), 2014
03. San Junipero - San Junipero (T03, E04), 2016
04. Queda Livre - Nosedive (T03, E01), 2016
05. Engenharia Reversa - Men Against Fire (T03, E05), 2016
06. Odiados pela Nação - Hated in the Nation (T03, E06), 2016
07. Versão de Testes - Playtest (T03, E02), 2016
08. Manda Quem Pode - Shut Up and Dance (T03, E03), 2016
09. Urso Branco - White Bear (T02, E02), 2013
10. Hino Nacional - The National Anthem (T01, E01), 2011
11. Volto Já - Be Right Back (T02, E01), 2013
12. Momento Waldo - The Waldo Moment (T02, E03), 2013
13. Quinze Milhões de Méritos - Fifteen Million Merits (T01, E02), 2011

Aguardando ansiosamente pela quarta temporada para ser surpreendido mais algumas vezes pela mente soturna de Charlie Brooker.

E para rever este ranking.


Black Mirror (1a., 2a. e 3a. Temporadas), 2011 - 2016




terça-feira, 15 de novembro de 2016

Colorido é o novo azul


Trolls é a mais recente aposta da DreamWorks para iniciar uma nova franquia em animação. Sem muito material prévio para se basear, já que o filme é inspirado simplesmente em uma linha de brinquedos criada em 1959 (e que se tornou um fenômeno de vendas nos EUA), o trabalho do diretor Mike Mitchell e dos roteiristas envolvidos precisaria de bastante inspiração para conquistar o público.

O resultado é uma batida história de resgaste envolvendo uma espécie de Smurfs coloridos: seres pequeninos que vivem numa aldeia escondida na floresta, cada qual com uma característica peculiar, liderados por uma variação de Papai Smurf e sendo perseguidos por uma criatura que faz a vez de Gargamel, só querendo saber de levá-los para a panela.


Existem alguns aprimoramentos na trama, claro, para que tudo leve à mensagem final. Indo na contramão do excelente Divertida Mente, a moral da história de Trolls é genérico um "o importante é ser feliz, e só depende de você para aflorar a felicidade interior". Parece que a DreamWorks está tentando ser o que a Disney era décadas atrás.

Mas, na verdade, a DreamWorks não está conseguindo nem ser o que a própria DreamWorks era 18 anos atrás. Em seu primeiro musical desde O Príncipe do Egito, fica exposta sua preguiça ao preferir preencher os números musicais com canções conhecidas, em vez de apostar mais uma vez em composições originais. Pode ser preguiça ou medo de que o público não tenha capacidade de assimilar novas canções. Pode ser preguiça ou falta de talento. Em qualquer caso, parece que o Frozen da Disney não serviu de exemplo. Quem sabe daqui a mais umas décadas?

E as canções são mesmo o carro-chefe da produção, fazendo com que os adultos tenham alguns momentos saudosistas e se divirtam nos intervalos em que as crianças estão rindo de bichinhos que soltam glitter e cupcakes do traseiro. O que não dá para aceitar é as canções também serem dubladas na versão em português, já que é muito difícil entender a cantoria traduzida e, portanto, os menores perdem a conexão entre as imagens e a letra de qualquer forma. Mais estranho ainda fica quando The Sound of Silence surge cantada no som original e a canção final, do astro Justin Timberlake, também fica sem tradução. Mas, no fim das contas pouco importa, pois todas as versões são produzidas pelo próprio Timberlake e sua sensibilidade pop dançante acaba tirando o charme de praticamente todas as músicas.

Can't stop the feeling que talvez a DreamWorks Animation nunca tenha o mesmo vigor que havia no início de sua empreitada, no final da década de 1990 e início dos anos 2000. Mas, fica a torcida: There can be miracles, when you believe.


Trolls (Trolls). 2016




domingo, 13 de novembro de 2016

Capitão Estranho


É comum o sentimento de culpa perante os efeitos colaterais dos progressos da humanidade e é difícil não associá-los à degradação ambiental e à ganância capitalista. Assim, é comum também imaginar que a vida ideal é afastada dos grandes centros, imersa na natureza, fora do contexto da sociedade consumista atual. Capitão Fantástico, filme vencedor de vários festivais - inclusive de direção na mostra paralela de Cannes Un Certain Regard, é mais um a explorar temas semelhantes. A história é centrada em um pai que cria seus seis filhos em uma remota floresta norte americana, sob intensos treinamentos físicos e rigorosos métodos de desenvolvimento intelectual.

Por vezes até lembra Na Natureza Selvagem, mas com um elemento agravante. Enquanto o filme de Sean Penn trazia um jovem capaz (mesmo que ainda imaturo) tomando decisões que afetavam praticamente apenas a sua existência, aqui há um adulto consciente e experiente, tomando decisões por crianças ainda em formação. Claro que não deixa de ser um comentário sobre as dificuldades e responsabilidades de ser pai, mas sua mensagem é preocupante, assim como também é preocupante a aprovação dessa mensagem através da aclamação ao filme por parte da crítica.

O principal problema é que o diretor/ roteirista Matt Ross, tão focado em defender seu ponto de vista, não consegue perceber que criou um personagem hipócrita e detestável (tolerável somente pela impecável atuação de Viggo Mortensen). Ben é um cara que tem aversão a religião, mas cria seus filhos como em uma espécie de seita particular. Recitando palavras do próprio pai, sendo doutrinados nos ideais dele (mesmo que indiretamente, através do acesso restrito a livros selecionados por ele), eles não são em nada diferentes daquela "pastorazinha" que chocou o Brasil no YouTube uns tempos atrás: uma menina que pregava fervorosa e cegamente para fiéis evangélicos e que acabou gerando vasta crítica com alegações de "lavagem cerebral por parte da Igreja". Então doutrinação anti-sistema e anti-religião é totalmente aceitável e até louvável, mas o oposto é execrável?

Matt Ross tenta esconder sua agenda, criando algumas cenas realmente tocantes e mascarando certas passagens com humor, por vezes válido, por vezes de gosto duvidoso. Mas, há claramente uma ênfase nos méritos alcançados pelo pai, afinal as crianças são mais fortes que as de mesma idade, falam seis línguas fluentemente e estão aptas a entrar em qualquer universidade dentre as principais dos Estados Unidos. Enquanto isso, presentear os filhos com armas, ensinar sobre tolerância com exceções bem específicas e arquitetar delitos com eles surgem como alívio cômico, sem o devido peso que existe por trás disso tudo.


E à medida que seu roteiro caminha, as coisas ficam cada vez mais inverossímeis. A jornada da família ao "mundo real" deveria expor as armadilhas da convivência fora da sociedade, e evidenciar suas características de 'bicho-do-mato'. Porém, estranhamente, as crianças conseguem simular uma situação inusitada e socialmente complexa em um supermercado e também se mostram hábeis no improviso, ao serem confrontadas por um policial em um contexto que certamente seria muito mal interpretado pelas autoridades no mundo atual. Também é perturbador quando Ben responde abertamente aos questionamentos da pequena filha sobre sexo, uma cena construída de forma a enaltecer sua característica de não esconder nada dos filhos e de não mentir para eles. Mas, afinal, vivendo isoladamente apenas em família, o que aqueles ensinamentos podem trazer de benefício para a filha? O que será do futuro daquela minúscula "comunidade"? Como ela irá se desenvolver e prosperar? Chega a ser assustador conjecturar o que pode advir daquilo ali.

Talvez Matt Ross nem tenha pensado nas implicações do que está defendendo. Ironicamente, Ben incita seus filhos a questionarem tudo, mas cria um ambiente em que é impossível que eles o questionem, por mais que deixe parecer que a oportunidade existe. Eles não têm outras fontes e outras experiências para tal. Mas, Ben é retratado como a voz da razão e o silêncio dos filhos como uma vitória sua. Assim também é na discussão sobre educação formal que Ben tem com sua irmã. A cena em que ele expõe a falta de conhecimento dos sobrinhos, colegiais, e que em seguida são humilhados por sua filha de 8 anos por saber recitar (como um robô) e formular uma opinião "própria" sobre a Declaração dos Direitos norte-americana, culmina com sua irmã admitindo uma derrota e com uma comemoração entre pai e filha. Ben acaba de ser deplorável com uma família, que os recebeu em casa de braços abertos, mas é condecorado por Matt Ross com uma medalha de excelência.

Aliás, o "outro lado" tem pouca chance no filme: a única alternativa à filosofia de Ben é esta família da irmã, estereotipada e mediana, que inclui um marido boboca e dois filhos que só pensam em videogame. Quando surge o avô, o sogro de Ben, há a esperança de alguém para injetar racionalidade no protagonista e na situação como um todo. Mas, ele é transformado em um vilão, prometendo chamar a polícia e tomar as crianças de Ben na justiça com provas talvez irrefutáveis aos olhares externos, mas sabidamente falsas e duvidosas.

O filme se esforça para retratar as ações de Ben como fruto do amor por seus filhos, como sendo um pai perfeito ao seu próprio modo. Porém, comete falhas muito básicas para estabelecer isto. A própria ida à civilização não acontece para satisfazer o pedido das crianças, mas somente quando Ben, o anti-religião, decide que tem que honrar a qualquer custo o desejo da esposa - desejo este baseado num preceito meramente religioso e espiritual. É uma motivação tão egoísta quanto contraditória. Ao longo de toda projeção, o público é manipulado para torcer por Ben e por um final feliz em família. Mas, com um pouco de discernimento, não há como não ansiar pela libertação daquelas crianças. O desfecho é um sofrível prêmio à persona de Ben, onde fica estabelecido que bastava apenas que ele mudasse algumas coisinhas para que tudo ficasse perfeito.

E os críticos ainda estão rotulando o resultado de "amável", "belo", "tocante" e "engraçado"... Só na superfície. E, ainda assim, talvez.


Capitão Fantástico (Captain Fantastic), 2016

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Doutor Fantástico


A essa altura não resta dúvida de que a Marvel está mais bem sucedida nas adaptações para o cinema de seus quadrinhos do que a rival DC Comics. Com o lançamento de Doutor Estranho, o chamado Marvel Cinematic Universe já se encontra em seu 14º filme, ou no "Capítulo 2 da Fase 3" (??).  É natural que parte do público comece a ter preguiça de acompanhar tanta história correlata e que o material passe a demonstrar sinais de desgastes ou de estar à deriva, sem um destino palpável. Problemas que fazem muita gente abandonar a leitura de quadrinhos fatalmente estão migrando para a sétima arte. Muito por isso, particularmente acabei 'perdendo' vários filmes mais recentes do MCU. Mas, mesmo assim, talvez por aparentar ser uma história autônoma (um "filme de origem" sem a participação de outros heróis já estabelecidos - como, por exemplo, foi Guardiões da Galáxia), animei de conferir este Doutor Estranho no cinema. Em 3D.

E afirmo que não há melhor forma de assisti-lo.


Assistir em DVD (ou coisas piores que existem por aí) significa concentrar em (e se contentar com) o que a produção oferece principalmente em termos de história. O que não é lá muita coisa. Tudo é muito básico: uma típica jornada do herói mesclada com a tradicional fórmula da Marvel, com direito a um protagonista que parece um Tony Stark mais ácido, um mestre ancião enigmático e um vilão com um plano genérico e que é um ex-aluno do tal mestre. Aliás, este é um ponto em que a DC sempre foi superior na telona: o Kaecilius apresentado aqui por Mads Mikkelsen é mais uma adição para o rol de vilões unidimensionais e nada memoráveis da Marvel. Time Lóki continua aguardando alguém para formar ao menos uma dupla. O característico humor do MCU também está presente no roteiro e agrada, mas não é a salvação. Atores renomados como Benedict Cumberbatch, Tilda Swinton e Chiwetel Ejiofor se desdobram, fazendo um ótimo trabalho com o que lhes é entregue. Quem não consegue mesmo decolar é Rachel McAdams, que tem em mãos uma personagem feminina secundária e subaproveitada, também característica do MCU.

Ver Doutor Estranho no cinema tem um bônus inicial, que é o som. Mesmo que ainda não tenha conseguido criar temas musicais reconhecíveis para seus heróis (como fizeram para a DC, John Williams com Superman e Danny Elfman / Hans Zimmer em dois momentos diferentes de Batman), a Marvel finalmente parece ter acertado com a escolha de Michael Giacchino, que cria a trilha sonora mais interessante do MCU até o momento. Ele deve (e deveria mesmo) se tornar o novo (e merecido) parceiro do estúdio, tanto que já foi contratado para o novo reboot do Homem-Aranha.

Mas o grande astro da produção é sua concepção visual. O diretor Scott Derrickson faz uso de efeitos de ponta de uma maneira genialmente inventiva. As fantásticas sequências de ação, que em sua maioria começam lembrando A Origem, logo remetem a M.C. Escher e se tornam eventos quase psicodélicos (mas nunca confusos ou nauseantes), vão se acumulando ao longo da projeção sem ficarem repetitivas. Quando o filme chega em seu terceiro ato, a sensação é de que não há mais nada de novo a ser acrescentado, porém o espectador é agraciado com uma nova variável para entrar no jogo visual e deixar ainda mais interessante o clímax (dividido em duas etapas igualmente criativas e inovadoras).

Exatamente como Avatar, A Invenção de Hugo Cabret, As Aventuras de Pi e Gravidade, Doutor Estranho pode ou não cair no gosto de quem o assiste, mas não se deve deixar passar a oportunidade de experienciar seus momentos mágicos em um bom cinema 3D.


Doutor Estranho (Doctor Strange), 2016



quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Filhos e suas prioridades...



Não tão sofrida como essa de três anos atrás, mas...


- Sabe, não tenho visto seus coleguinhas Luca e Ana na hora de ir te buscar... Eles saíram da escola?

- Não. É que hoje eles foram embora mais cedo.

- É?

- É. O pai deles passou lá antes do cineminha.
  (cinema? alguém disse cinema???)

- Ah, é? Eles foram pro cinema com o pai?
  (qual fime? qual filme??? Trolls? Cegonhas?? Doutor Estranho???)

- Não. Eles foram embora antes do cinema na escola.

- Cinema na escola! E foi o quê?

- Foi... bom.

- OK, mas teve o quê, no cinema da escola?

- Jujuba!




sábado, 5 de novembro de 2016

Não discuta o passado e seja feliz em Wayward Pines


Lançada em 2015, Wayward Pines foi divulgada como sendo um evento de apenas dez episódios e, mesmo tendo um desfecho contido para uma temporada única, o gancho típico de final de filme de terror, que nos minutos derradeiros deixa espaço aberto para mais história, acabou prevalecendo e a Fox trouxe a população da misteriosa cidade para uma segunda temporada.

Sem o peso do elenco da primeira temporada, que tinha nomes como Matt Dillon, Terrence Howard, Melissa Leo, Carla Gugino e Toby Jones, e com possibilidades limitadas de apresentar mais uma reviravolta surpreendente, esta continuação mostrava-se pouco promissora e parecia fadada ao fracasso. Porém, os criadores da série, o produtor M. Night Shyamalan e o escritor Blake Crouch (do qual o livro homônimo foi usado como base para a primeira temporada), conseguiram superar os obstáculos e foram bem sucedidos na empreitada.


Através de flashbacks ou de participações específicas, alguns personagens principais e secundários da primeira temporada reaparecem nesta segunda. Se nunca desaparece por completo a sensação inicial de que não foi possível fechar com aqueles atores concorridos e que seus personagens estão surgindo só para dar algum tipo de satisfação para o público (e para logo em seguida serem descartados), no fim resta uma impressão de que estas manobras foram na sua maioria lógicas ou até mesmo orgânicas no âmbito do enredo. E durante a jornada é sempre bom ver aqueles rostos conhecidos em meio a tantos novos.

Não que estes sejam ruins. Claro que Jason Patric substituindo Matt Dillon é um choque inicial negativo, mas sua atuação reservada, quase no automático, acaba sendo compensada na reta final, quando o herói ganha novas nuances tomando (e sugerindo) ações bem atípicas de um médico bom moço guiado pela ética profissional. Djimon Houson também inicia meio apagado, mas aos poucos vai mostrando seu talento e ganhando espaço a ponto de ser o protagonista de um dos melhores episódios de toda a série. Fica até um pesar de seu personagem não ter sido explorado na primeira temporada (pois ele existia então e era peça fundamental na dinâmica toda).

A dupla Jason Higgins (Tom Stevens) e Kerry Campbell (Kacey Rohl) também começa com o pé esquerdo, como apenas duas pessoas irritantes, difíceis de se aturar (e de assistir). Mas é deles um dos melhores e mais surpreendentes (para não dizer chocantes) arcos da temporada, que traz peso ao desenvolvimento construído até ali. Aliás, este é um dos pontos em que a segunda temporada se mostra superior à primeira. Antes havia uma incômoda correria para manter a história em movimento, para condensar três livros no formato. Agora gasta-se o devido tempo para armar a trama e, principalmente, desenvolver os personagens. Isso fica evidente nas reviravoltas, que passaram a ser centradas neles e não na mitologia da série.

Iguais às suas "aberrações", Wayward Pines demonstra que o próximo passo, a evolução, pode parecer como algo pior, mas no fim das contas não é. E, mesmo com mais uma temporada com desfecho contido (e com gancho para mais história), se a Fox topar dar a Shyamalan e Crouch uma terceira temporada, desta vez a expectativa certamente será positiva.


Wayward Pines (2a. Temporada), 2016

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Halloweekend


Filmes recentes recomendados para se assistir neste final de semana. Se tiver coragem.


O Segredo da Cabana (2012)


Babadook (2014)


Corrente do Mal (2014)


A Visita (2015)


A Bruxa (2015)


Bons pesadelos.

domingo, 16 de outubro de 2016

Jason Rebourne


A trilogia Bourne (A Identidade Bourne, A Supremacia Bourne e O Ultimato Bourne) veio para dar frescor e criar novos parâmetros para os filmes ação, a ponto de inspirar (e abrir competição dura para) até mesmo uma de suas próprias fontes de inspiração: a franquia 007. O sucesso foi tanto que, após um aparente (e adequado) encerramento da saga no terceiro filme, a série ainda ganhou uma quarta história (um spin-off?), com Jeremy Renner como protagonista, em O Legado Bourne ("Não assisti", "Não sei opinar"). Seja para recuperar prestígio na bilheteria (O Legado fez menos dinheiro que A Identidade havia feito dez anos antes) ou seja por motivações criativas e artísticas, os produtores trouxeram Matt Damon de volta para o papel principal em um quinto filme, intitulado Jason Bourne.


Neste, o diretor Paul Greengrass mostra que ainda sabe fazer bem o que fez em A Supremacia e O Ultimato, criando cenas de ação ao mesmo tempo críveis e espetaculares e prendendo a atenção do espectador durante toda a projeção. Porém, há pouca novidade. Sim, o elenco agora passa a contar com nomes como Alicia Vikander e Tommy Lee Jones, e personagens antigos são rapidamente descartados (ou sumariamente ignorados), mas a mesma história dos anteriores se repete. Bourne é forçado a sair do anonimato, busca saber mais sobre seu passado enquanto descobre segredos irreveláveis sobre operações da CIA, que coloca um assassino altamente treinado em seu encalço.

E se antes os roteiros pecavam por tentar dar complexidade demais às tramas, deixando a plateia até um pouco confusa sobre a cronologia das continuações, agora a abordagem é até simplista demais. Por vezes tola. O que dizer da sequência em que uma personagem não consegue comunicar tudo o que queria a Bourne para, na cena seguinte, este achar um diário daquela e abri-lo exatamente nas páginas com frases como "Jason Bourne está sendo vigiado" e "Richard Webb está envolvido"? Faltou "A CIA mente", mas não faltou encontrar um pendrive com as inscrições em letras garrafais CRIPTOGRAFADO.

No entanto, já com o título como evidência, é o valor da jornada do protagonista que mais sofre com esta continuação. O herói que passou três filmes à procura de sua identidade e tentando se restabelecer como David Webb, se vê cada vez mais preso a Jason Bourne. Assim como Robocop, que encerra seu primeiro filme dizendo que seu nome é "Murphy" para depois, no terceiro (e pavoroso) filme, terminar com um "Você pode me chamar de Robocop", agora Bourne é mais máquina do que homem.

O resultado é um bom filme de ação, mas não muito mais que uma emulação do alto padrão que a própria franquia ajudou a estabelecer.


Jason Bourne (Jason Bourne), 2016


terça-feira, 11 de outubro de 2016

Agora tem que pular no sofá


Aeroporto de Confins, 13:21h, 10 de Outubro de 2016

Estava distraído após emitir minha passagem quando alguém me aborda:

- Com licença...
- Pois não?
- Desculpe incomodar, mas... você não é aquele cara do blog Padecin?
- Uai, sou eu mesmo.
- Olha, meu nome é Edgard. Edgard Scandurra. Esta é a Taciana Barros e aqui está parte da galera da minha banda Pequeno Cidadão. Sabe o que é? É que nós somos muito fãs de você. Lemos o blog todos os dias... quer dizer... umas quatro vezes por mês, que é quando você atualiza. Bom, de qualquer forma, podemos tirar uma foto com você?
- Sim, claro.



segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Fantasmas do passado


Fui assistir ao Caça-Fantasmas lançado este ano determinado em tentar que o conhecimento e a grande apreciação por Os Caça-Fantasmas, de 1984, (e boa parte de suas derivações) não influenciasse minha impressão sobre esta nova versão. Não seria justo, nem bacana, ver um filme comparando-o o tempo todo a um outro que sou fã.

Eu queria muito esquecer o original. Mas não me deixaram.

Infelizmente, o pior aspecto dessa nova produção é justamente algo que funcionou bem em produções recentes como Jurassic World e Star Wars - O Despertar da Força: a recorrente referência (e reverência) ao material original. Das chamadas visuais, passando pelas pontas desconexas e (tristemente) decepcionantes do elenco e fantasmas originais, até à desnecessária repaginação do tema musical, nada que supostamente vem para resgatar o charme e a nostalgia do original funciona (com a devida exceção do emblemático logotipo da trupe). O resultado poderia ter sido muito melhor se os realizadores tivessem se distanciado de fato e criado algo realmente original, reimaginado por completo.


A esperança que isto poderia acontecer foi quando o diretor Paul Feig anunciou, durante as filmagens, de que seu Caça-Fantasmas seria também uma comédia, mas assustadora, com bastantes elementos de terror. Porém, esta promessa nem de longe é cumprida. Sobra ação, falta terror. Há muito menos sustos e medo agora do que havia em 1984. Resta apenas o elemento comédia, que pouco se distingue de outras obras do cineasta. Aliás, chega a ser decepcionante como que ele, experiente no gênero, não consegue acertar o tom nesta produção. E a pavorosa edição parece não ser trabalho de uma dupla  experiente e supostamente entendida de timing cômico.

O roteiro pouco ajuda. Gasta-se muita energia, e cenas, inserindo comentários nada sutis à polêmica que foi a fase de produção, quando uma quantidade considerável de fãs passou a criticar e atacar o filme antes mesmo da sua estreia. Com o YouTube e as redes sociais como principais plataformas de combate, muitos eram simplesmente contra uma reinvenção dos caça-fantasmas, mas a maioria era pura misoginia com o elenco principal, com incisões de gordofobia contra Melissa McCarthy e racismo contra Leslie Jones. Claro que, no fim das contas, a inversão dos papéis não é um problema, mas sim o pífio desenvolvimento das personagens. As comediantes principais até se esforçam com improvisação, mas pouco podem fazer além de dar uma graça adicional às poucas cenas que não dependem de efeitos especiais. Destaca-se mesmo a atuação excêntrica e divertida de Kate McKinnon, um achado para quem não acompanha o humorístico de esquetes americano Saturday Night Live.

De tudo, ao contrário de sua(s) predecessora(s), resta uma comédia apenas mediana, sem qualquer impacto cultural.

Eu queria muito gostar do novo Caça-Fantasmas. Mas não me deixaram.

Caça-Fantasmas (Ghostbusters), 2016




domingo, 2 de outubro de 2016

Save the clock tower


Hoje é dia de votar.

Também é o momento de publicar, com atraso de mais de dez dias, este vídeo super-bacana que mostra o contraponto das divertidas eleições americanas em relação às nossas campanhas, chatas e por vezes ridículas.


Vamos lá, aqui também: salvem o dia e salvem nossas cidades.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Habemus tema


Sessenta dias depois do início da votação, o povo (a comunidade de leitores do blog com uma forcinha dos amigos on-line do compositor) escolheu o tema musical para a vinheta do Padecin:




Após uma apuração extremamente confusa e definitivamente duvidosa (mas nunca tendenciosa), o resultado foi o seguinte:



Pronto.
Agora é só produzir algum material para fazer a inauguração oficial.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

40 dias de solidão?


Por inúmeros motivos, a Bíblia é objeto de fascínio nos quatro cantos do mundo e, com mais de 5 bilhões de cópias vendidas e distribuídas, é fonte de inspiração para diversas obras, em todos os tipos de arte. Vários de seus trechos não são detalhados e apresentam hiatos nas narrativas criando terreno fértil para a imaginação das pessoas. Assim também são as passagens do Novo Testamento que relatam o período de quarenta dias em que Jesus passou jejuando no deserto.

Últimos Dias no Deserto vem com a proposta de explorar o que teria se passado nos, como o próprio nome diz, últimos destes quarenta dias. A estrutura é adequadamente simples e, como em O Evangelho Segundo Jesus Cristo, a história traz um Jesus mais humano e enraizado no mundo real. Mas, mesmo inserindo ambiguidade em algumas ações de Jesus (deixando os adeptos do "O Que Jesus Faria?" intrigados em certos momentos), não desanda para o herético, ao contrário do livro do Saramago.


Iniciando a trama só, logo o diabo é apresentado para tentá-lo, ainda que não exatamente como nos Evangelhos. Todavia, a maior parte do filme é dedicada às suas interações com uma problemática família que vive isolada da sociedade. O centro é a dificuldade de comunicação, de intenções e de projeto de vida entre o pai e o filho, uma clara metáfora à busca de Jesus no deserto: o autoconhecimento e a seu pai, Deus propriamente dito. Um tema provavelmente de fácil identificação para o diretor colombiano Rodrigo García, filho do aclamado escritor Gabriel García Márquez.

Com um elenco reduzido e um ritmo adequadamente lento, Últimos Dias no Deserto poderia muito bem ter sido uma peça teatral. Mas, aí estariam sendo descartadas as duas melhores coisas desta produção: as sutilezas da atuação de Ewan McGregor (que convenientemente interpreta Jesus e o Diabo) e a magnífica fotografia de Emmanuel Lubezki (que faz com que a vastidão do deserto encha os olhos e transpire espiritualidade).

Tanto o simbolismo estabelecido quanto as possibilidades criativas com um trecho tão pouco explorado da Bíblia tinham potencial para originar uma experiência realmente marcante. Mas, por um lado ou por outro, parece que faltou um pouco de coragem aos realizadores e o longa ficou carente de profundidade. Ajudaria também tê-lo terminado antes, no momento em que Jesus contempla - e entende - seu destino. Mostrá-lo nada acrescentou. Só alguns minutos à projeção.


Últimos Dias no Deserto (Last Days in the Desert), 2016




segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Sala verde ensopada de vermelho


Como não me aventurei rumo à fronteira final no renascimento de Star Trek em 2009 e me lembrava apenas por alto de Exterminador do Futuro: A Salvação, fiquei desapontando ao perceber que praticamente desconhecia quem era Anton Yelchin, quando da divulgação em massa em junho deste ano da perda deste jovem talento no trágico acidente em que foi esmagado pelo próprio carro. Uma rápida busca por sua filmografia me levou ao elogiado Sala Verde. Sem saber do que se tratava, fui pego despreparado.

Uma banda de punk-rock alternativa resolve aceitar a proposta de se apresentar num isolado bar neo-nazista e seus quatro integrantes acabam inesperadamente envolvidos em uma situação que os leva à luta pela sobrevivência. O que poderia ser um thriller básico, uma espécie de 'Duro de Matar: Origens', acaba se revelando um verdadeiro filme de terror, só que bem pé no chão, sem elementos sobrenaturais.


O que dá destaque à produção é como que seus personagens não agem de forma ingênua ou burra (muito comum neste tipo de filme para impulsionar as ações para os próximos desafios) e como parecem dialogar naturalmente, sem precisar ficar explicando ou dando detalhes para o expectador sobre a dinâmica daquela realidade. Eles estão cientes e isto basta. Da mesma forma, não há necessariamente arcos e situações armadas no início da trama que irão se mostrar recompensadoras no final. As coisas simplesmente acontecem. Isto cria uma sensação de imprevisibilidade que constantemente pega o público de surpresa.

Terceiro longa-metragem de sua carreira, o diretor Jeremy Saunier demonstra em Sala Verde competência técnica aliada a uma sensibilidade artística que transita com frequência entre o experimental e o blockbuster de ação. Ele não se esquiva da violência, nem poupa o espectador da sanguinolência, mantendo em progresso um senso de urgência inquietante.

Sua criação é tematicamente superficial, mas não deixa de ser um comentário não somente ao punk, mas à juventude em si. Rebeldes apenas por serem rebeldes e fazendo questão de externar este status quo para a sociedade, tem uma cena específica que poderia sintetizar esta ideia. Questionados sobre qual banda levariam a uma ilha deserta, fazem questão de apontar ícones da rebeldia como Black Sabbath e Misfits. Depois, em um momento em que baixam a guarda, a revelação sincera aponta para nomes como Simon & Garfunkel e Prince. E, sem entregar muito, os diálogos que encerram o longa cravam o sentimento que parece permear muitos jovens atualmente, punks ou não.

O eterno bom moço (bom senhor?) Patrick "Professor Xavier, Capitão Picard" Stewart surge atipicamente como um vilão, contido e sem trejeitos, mas sempre uma figura ameaçadora. Porém, o destaque é mesmo o elenco jovem, sobretudo Anton Yelchin. Mais uma grande promessa que se foi cedo demais.

Sala Verde (Green Room), 2015




domingo, 18 de setembro de 2016

A politizada (e chata) Era de Aquarius


Faz uma semana que Pequeno Segredo foi escolhido pelo Ministério da Cultura para representar o Brasil na corrida por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e tudo o que se ouve a respeito do filme é como que foi uma grande injustiça ele ter tomado o devido lugar de Aquarius.

Não vi nenhum dos dois filmes (um porque não tive o menor interesse e outro porque, estranhamente - mas não fora das regras da Academia, sequer foi exibido ainda no país), mas proponho algumas reflexões sobre a reação geral das pessoas, que andam criticando fortemente esta escolha. E, embora não seja possível deixar a polêmica política de lado, vou tentar deixar minhas convicções pessoais fora disto.

Aparentemente por ter sido bem recebido em Cannes, entre outros festivais, Aquarius ganhou o status de candidato natural do Brasil na disputa ao Oscar. Mas, o que verdadeiramente levou o filme de Kleber Mendonça Filho às manchetes foi o fato do diretor e elenco, que inclui a renomada Sônia Braga, terem protestado no tapete vermelho de Cannes contra o processo de impeachment da então presidente afastada Dilma Roussef. Daí, o clima de guerra polarizada que tomava conta das discussões políticas do país, migrou também para o mundo do cinema. Com a inclusão de um jornalista abertamente anti-Dilma na comissão julgadora que iria eleger o candidato, os produtores de Aquarius já adotaram uma postura defensiva, moldando uma situação em que se o candidato óbvio não fosse escolhido, estaria configurada uma manobra do governo recém-assumido em retaliação às suas manifestações.


Considerando que praticamente ninguém assistiu a Pequeno Segredo, minha primeira reação foi: como que as pessoas estão condenando o filme, rebaixando-o ao status de não merecedor? Baseado num trailer? Num cartaz? Num "ouvi falar"? Será que ninguém cogita a hipótese de Pequeno Segredo ser realmente melhor que Aquarius?

A divagação se estende: será que ninguém cogita a hipótese de Pequeno Segredo ser melhor para o Oscar que Aquarius? Analisemos os seguintes filmes: O Refúgio; Sono de Inverno; Azul É a Cor Mais Quente; Amor; A Árvore da VidaTio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas; A Fita Branca; Entre os Muros da Escola; 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias; Ventos da Liberdade. Badalados em tantos festivais, estes são os dez últimos vencedores da Palma de Ouro - o prêmio máximo de Cannes. Destes todos, apenas dois - Amor e A Árvore da Vida - tiveram alguma indicação da Academia. O Oscar é o prêmio máximo do cinema, mas, assim como qualquer outro tipo de premiação subjetiva, tem seu estilo e suas predileções peculiares. Afinal, é praticamente todo ano que ele é acusado de "errar" em algumas de suas premiações. Será que Forrest Gump é realmente melhor que Um Sonho de Liberdade? E quanto a Shakespeare Apaixonado ganhar de O Resgate do Soldado Ryan?? Como assim Hitchcock e Kubrick nunca levaram estatueta de Melhor Diretor???

Toda esta comoção e revolta acabam soando como uma grande arrogância dos que estão por trás de Aquarius. E um grande e lamentável desmerecimento de Pequeno Segredo, bem como de qualquer um dos outros concorrentes. E se Chatô - O Rei do Brasil tivesse sido o escolhido? E se fosse Mais Forte Que o Mundo - A História de José Aldo? Ou Nise - O Coração da Loucura? Ou Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil ou Começo da Vida ou qualquer um dos outros dez que também estavam no páreo?

E se não tivesse rolado protesto algum em Cannes e a escolha da comissão tivesse sido exatamente a mesma?


sábado, 17 de setembro de 2016

Mesmo com grande esfurso


Aconteceu domingo passado...

Meu filho, 5, me explica que ursos gostam de dar abraços.

Em seguida:

- Papai, me dá um abraço e imita um urso!

Imediatamente dou-lhe um grande abraço e me esforço para soltar a melhor imitação possível:

- Ôôôôônnrrrrgh!!!

Atônito, olha para mim e diz:

- É para imitar um urso, não o Chewbacca!


terça-feira, 13 de setembro de 2016

Pneumotórax


Baseado no acidente ocorrido em 2010 na mina San José, no Chile, quando 33 trabalhadores ficaram soterrados a 688 metros de profundidade, o filme Os 33 já estava cercado de críticas antes mesmo de sua estreia. Dirigido por uma mexicana, Patricia Riggen, e coescrito por americanos e um porto-riquenho, a produção deixou atores chilenos com um ou outro papel secundário, enquanto no populoso elenco principal teve espaço para americano, espanhol, brasileiro, francesa, irlandês, mexicano, cubano, colombiano... E os detratores ainda apontaram como agravante a decisão de realizar todos os diálogos do filme em inglês.

Acontece que Os 33 tem, sim, seus problemas, mas essas questões apontadas no seu pré-julgamento pouco influenciam ou incomodam.

Mesmo estando os fatos do acidente - e de seu desfecho - frescos na memória da grande maioria das pessoas, o filme consegue prender a atenção (e a respiração). Na maior parte do tempo. Algumas sequências - como um momento de alucinação pseudo-coletiva durante uma refeição dos trabalhadores, ou várias externas à mina - surgem como desnecessárias e acabam  deixando o longa um pouco longo demais, com um ritmo irregular.


Aliás, apesar da boa atuação de Rodrigo Santoro como o super Ministro de Minas chileno e das participações significativas dos veteranos Gabriel Byrne e Juliette Binoche, teria sido uma experiência mais imersiva e recompensadora se o filme tivesse focado somente na rotina dos mineradores em vez de intercalar com esses acontecimentos já amplamente conhecidos, fora da mina. Porém, a opção foi um caminho mais seguro e didático, talvez buscando uma longevidade para a história em vez de agradar somente um público mais de imediato. Com tantos personagens para cuidar, a grande maioria acaba caindo no quase caricato - "o líder", "o cara da segurança", "o pastor", "o que imita Elvis", "o alcoólatra", etc - onde seus nomes e suas histórias são quase supérfluos. Mais do que isso, o interessantíssimo fator psicológico inerente a uma situação de extremo risco com trinta e três homens enclausurados durante dois meses acabou sendo muito pouco desenvolvido.

Vale um destaque para a trilha sonora de James Horner que alterna entre melodias que traduzem bem a tensão claustrofóbica e temas que remetem à musicalidade regional. Uma das últimas que o compositor dez vezes indicado ao Oscar completou antes de sua morte prematura aos 61 anos.

No fim das contas, não é o caso de se dizer "Trinta e três... trinta e três... trinta e três..." e ouvir que para este filme "A única coisa a fazer é tocar um tango argentino." Apesar das muitas arestas que poderiam ter sido lapidadas, o resultado é um filme bom e que não desrespeita seu material original. Os chilenos têm motivo para se orgulhar. Inclusive de americano, espanhol, brasileiro, francesa, irlandês, mexicano, cubano, colombiano...


Os 33 (The 33), 2015

sábado, 27 de agosto de 2016

Já Era do Gelo


Apesar de um escopo nada inovador (uma animação digital centrada em uma improvável amizade entre um contido protagonista de grande estatura e um tagarela coadjuvante de estatura menor) e de uma história bem básica, A Era do Gelo fez rir e conseguiu marcar presença em 2002.

O apelo dos personagens com a criançada naturalmente rendeu à animação o status de 'franquia' que, com bilheteria crescente e crítica inversamente proporcional a cada lançamento, quatorze anos depois chegou à sua 5a. edição (nem percebi que houve uma 4a. - e, pelo que consta, não perdi nada).


Sem o idealizador Chris Wedge nem o brasileiro Carlos Saldanha na direção, A Era do Gelo: O Big Bang parece ter sido feito no piloto automático pelos roteiristas e animadores da Blue Sky. O filme demonstra claramente uma apatia provocada pela falta de renovação de ideias e pelo desgaste da fórmula ao longo do tempo. Sem lugar para tantos personagens que vieram sendo acumulados, até mesmo o esquilo Scrat (de longe o mais interessante com suas desventuras paralelas parte 'cinema mudo pastelão', parte 'Jerry Lewis', parte 'Looney Tunes') surge apagado, perdendo seu charme ao interferir diretamente no desenrolar da trama principal.

É triste testemunhar como que uma franquia que já envolveu tantas estrelas como Ray Romano, John Leguizamo, Denis Leary, Jack Black, Queen Latifah, Seann William Scott, Simon Pegg, Wanda Sykes, Jennifer Lopez, Nick Frost, Peter Dinklage, Kunal Nayyar, Patrick Stewart, Adam Levine e Melissa Rauch terminou sem brilho.

Pior que nem o "terminou" está garantido.


A Era do Gelo: O Big Bang (Ice Age: Collision Course), 2016




sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Quem sabe um dia...





(na verdade foi o único texto que consegui pensar com 'Padecin' que ficasse com um visual parecido com o original - essa fonte é muito legal)

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Hook faz 25 anos (ou por que Stranger Things tem que voltar -e acabar- logo)


Ensaio fotográfico com os garotos perdidos de Hook - A Volta do Capitão Gancho 25 anos depois.









Como disse um amigo meu, que permanecerá anônimo por motivos óbvios: "Tenho que aproveitar meus sobrinhos antes que cresçam mais um pouco e fiquem feios..."