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domingo, 8 de março de 2015

Melhor chamar só o Saul?


Breaking Bad foi um fenômeno cultural. Conquistou o público e arrebatou a crítica, tendo suas qualidades técnicas sido comparadas às de grandes produções para o cinema.

E eu sou o cara que não viu a série. Mesmo com inúmeras recomendações (pra não dizer intimações) para assisti-la, perdi o momento. A partir daí, meu status de fã de cinema ficou em cheque.

Aparentemente, a AMC e o Vince Gilligan me deram uma segunda chance e criaram um spin-off de sua elogiada criação: Better Call Saul. Focado nas origens de um personagem secundário, mas -me disseram- não menos interessante, a série alegadamente se passaria antes, durante e depois de eventos retratados em Breaking Bad.

Decidi então dar uma chance a esse universo, e me dar a oportunidade de fazer parte de alguma nova discussão cultural que possa se instalar, e assistir à nova série sob uma perspectiva desafiadora para seus criadores: será que ela funciona bem para alguém que, por exemplo, só conhece Walter White de fama e Jesse Pinkman de nome?

No momento estou na metade da primeira temporada, no quinto de dez episódios. Por enquanto, a resposta é sim.

O primeiro ato do episódio piloto tem uma dose de humor negro bem acima da que consegue me agradar, e que, se mantida, seria um dificultador para criar alguma afeição com a produção. Mas, felizmente o humor negro volta bem mais brando, mesmo que recorrente, nos episódios seguintes.


O grande trunfo aqui é o desenvolvimento de um personagem agridoce, ambíguo e divertido. Um advogado inteligente, mas que não deixa de fazer bobagens homéricas, e que mesmo arquitetando golpes e trambiques, ainda tem um senso moral nato, tentando racionalizar seus atos para se convencer de que faz a coisa certa. Interpretado com ora com sutileza, ora com excentricidade, sempre na medida de certa, por Bob Odenkirk, o personagem-título (ou quase lá) até agora prova que faz jus à uma série dedicada à ele.

Sinceramente não sei aonde a saga de Jimmy McGill vai dar (leia-se: não sei quem de fato é Saul Goodman), mas por enquanto a jornada está suficientemente cativante.

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