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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Rorschach na publicidade


O logotipo (ou a logomarca) de uma empresa ou produto é normalmente fruto de estudos e de um processo criativo intenso de um departamento ou agência de publicidade e marketing. O objetivo é dizer a coisa certa sobre o produto, criar cumplicidade com o público alvo e virar uma referência visual. Tem gente (né, Eike?) que contrata até consultora esotérica pra dar uma melhorada no astral do logo de suas empresas.

Mas, muitas vezes os envolvidos não conseguem enxergar as armadilhas ou ambiguidades da sua criação. Principalmente quando os logos são analisados por gente de outra área, com outro histórico e com bastante imaginação. Como crianças, por exemplo.

Sei que não sou o único que, mesmo depois de alfabetizado, demorou anos para enxergar o "C" nas setas do Carrefour. Ou que passou a infância vendo um menino com olhos vermelhos e "nariz de porco" na Elma Chips, quando era pra ser bochechas vermelhas e olhos pretos. Pinguins no logo da Antarctica? Jurava que era o rosto do Homem-Aranha...


Seja por isso ou pela necessidade de modernizar os designs, esses logos já estão mais estilizados hoje em dia (e eu perdi minha criatividade inocente), então não há mais espaço para equívocos.

Mas, existem logos novos por aí. E novas crianças também.

Hoje, no supermercado, fui interrompido:



- Papai, olha! Cavalos marinhos!!!

Não é?

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Halls



- Em março vai ter show do Hugh Laurie em BH!

- É mesmo? House???

- Não, acho que blues. Não ouço falar de house desde a época do Technotronic.

:)

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Pra quem é...


No meu último post ameacei a enaltecer o núcleo de criação da Globo, de novela e BBB. Não demorou muito, percebi que me precipitei no assunto.

Curiosamente, ontem mesmo me peguei vendo uma cena da novela das oito (acho que chama "das nove" agora) e, com dois minutos, me deram mais uma prova de quão ruim o formato é.

Qualquer bom profissional das artes cênicas, cinema, TV e afins, sabe que o básico para a boa construção de um personagem não está só no que é definido pelo roteirista, nem sustentado somente na composição do ator ( trabalho vocal, linguagem corporal, maneirismos, sotaque, etc.), mas também por detalhes importantes como (não somente, mas principalmente) maquiagem, cenografia de seus ambientes, iluminação, trilha sonora temática, e, óbvio, figurino!

Pois a cena que vi ontem era, resumidamente, a seguinte:

Mocinha da novela (presumo) e galã (presumo) entram na loja da Sra. Hector Babenco.

Sra. HB: Não esperava te ver por aqui, mocinha.
Mocinha: Eu também não. Você é uma péssima pessoa.
Sra. HB: Ninguém sabe o que eu sofri, mas... se você veio comprar, estou muito feliz de te ver!
Galã: A gente veio comprar um vestido de noiva pra essa nossa amiga acanhada. E a gente sabe que você faz ótimos vestidos sob medida.
(amiga acanhada faz cara de acanhada)
Sra. HB: E que estilo você quer?
Acanhada: Eu quero abaixo do joelho, comprido de preferência.
Mãe da Sra. HB: Ah, mas você tem o corpo tão bonito, deveria se mostrar mais!
Mocinha: Melhor não. Ela é discreta, evangélica e não gosta de ficar exibindo o corpo.
Sra. HB: Ah, então eu tenho um lindo aqui para você.
(e a capanga da Sra. HB já está magicamente com um vestido "sob medida" na mão, perfeito pra acanhada)
Acanhada: Ué, mas não tem manga???
Sra. HB: Não se preocupe, eu posso colocar pra você. Não vai aparecer nada do corpo.
Acanhada: Ótimo, então vou provar.
(acanhada vai sair de cena com o vestido, quando o plano abre e vemos que...)


(...a acanhada, discreta, evangélica e que não gosta de mostrar o corpo está com um vestido acima do joelho e sem manga!)

Ver novela é um exercício perfeito para quem quer ver "como não se fazer".

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Menos com menos dá mais?


E hoje começa o BBB14...
(14!!! Triste só de lembrar de tantos programas e séries bons, mesmo nacionais, que duraram muito, mas muito menos...)

Não gosto de novelas, muito menos de BBB, mas hoje ("só hoje", provavelmente) fiquei sabendo de uma jogada interessante que a Globo pretende fazer. Uma personagem da novela que está no ar vai entrar para o BBB. Isso não vai me fazer querer ver BBB, muito menos a novela, mas admito que foi uma ideia bem bacana.

O conceito de interação entre personagens de "universos" diferentes não é novo, o chamado cross-over (não confundir com cross-dressing, hahaha) é bastante comum nos quadrinhos, desenhos animados e video-games, além de não ser nenhum estranho na literatura, cinema e TV.


Apesar de parecer apenas uma clara manobra de auto-promoção, a empreitada da Globo é interessante porque, do ponto de vista técnico e criativo, é arriscada. A edição da novela vai ter que ser ágil o suficiente para que as imagens do BBB não fiquem muito defasadas e próprio roteiro da mesma vai ter que se sustentar com cenas imprevisíveis. Do lado do BBB há a dificuldade de manter a espontaneidade do programa com os participantes se relacionando com uma pessoa que sabem que é uma atriz, mas está caracterizada como uma personagem o tempo todo. Aliás, o maior desafio é esta imersão total de Tatá Werneck, mas, pelo seu passado como humorista de improviso, acredito que consiga tirar de letra.

Portanto, a Globo tem a possibilidade de fazer algo memorável, mas a probabilidade de fazer algo risível. Porém, como diria um filósofo amigo meu, de repente "pra quem é, bacalhau basta".

domingo, 12 de janeiro de 2014

A gente muda


Hoje é dia de Globo de Ouro.

Sempre gostei muito pouco do "primo pobre" do Oscar, por ter uma parte dedicada à premiações de TV e por comumente ter artistas já meio alcoolizados falando bobagens.

Hoje em dia gosto muito de ver a cerimônia, por ter uma parte dedicada à premiações de TV e por comumente ter artistas já meio alcoolizados falando bobagens.