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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ver ou não ver?


Séries americanas... Como surgem? Por que acabam? Quais devem ser assistidas? Você vai acompanhar o estranho caso da série que teve final, mas não teve.
(como no Globo Repórter, este post não deve responder a todas estas perguntas, quiçá alguma)

Desconsiderando as de comédia, que normalmente são sitcoms de fácil consumo (não que sejam ruins), existem basicamente dois tipos de série: as chamadas 'serialized' e as 'procedurals'. O primeiro tipo segue uma linha mais no estilo de novela (em estrutura, não qualidade) onde a história sendo contada tem uma continuidade e o entendimento de cada episódio depende necessariamente do conteúdo dos anteriores. O segundo é no estilo em que um grupo de personagens recorrentes (advogados/ médicos/ policiais) vivenciam uma história praticamente independente a cada episódio (solucionar o caso/ salvar o paciente/ descobrir e eliminar o vilão). Algumas séries começam como procedural, mas com o passar de episódios/ temporadas, acabam tomando forma de serialized com histórias de fundo, normalmente associadas ao desenvolvimento dos personagens, que levam a um enredo maior no longo prazo.

A qualidade dos roteiros, das atuações e da cenografia das produções de TV americanas vem aumentando a cada dia, a tecnologia viabiliza séries serem acompanhadas quase que simultaneamente em todo o mundo e as discussões em bares e na rede em torno dos enredos vêm se fazendo cada vez mais presentes. Mas a pergunta uma pergunta frequente é "vale a pena investir meu tempo em tal série?".

O grande problema para a maioria das pessoas, principalmente com as séries que são ou viraram serialized, é a incerteza de se haverá de fato um desfecho para toda aquela história (as crianças que viam Caverna do Dragão cresceram e estão traumatizadas) ou se a conclusão será satisfatória (sequelas injustas de Lost).



A primeira preocupação é muito pertinente. As emissoras decidem se renovam ou não as séries com base simplesmente em retorno de audiência e patrocínio. Dinheiro é que move o mundo do entretenimento também. O anúncio da renovação ou cancelamento pode ocorrer a qualquer momento, dependendo dos interesses ou estratégias da emissora. Portanto, é extremamente comum uma série ser cancelada após todos os episódios de determinada temporada já terem sido produzidos. Aí o season finale vira forçadamente um series finale. Como é de praxe terminar temporadas com um gancho para retomar a audiência no ano seguinte, o estrago está feito. Sofrimento para quem recentemente decidiu assistir Alcatraz, Awake ou Terra Nova. Em consideração aos fãs, alguns autores resolvem divulgar em algum tipo de mídia como teria sido o final, caso tivesse tido a oportunidade de ver a luz do dia. O roteiro do último episódio de Os Bórgias, por exemplo, vai ser adaptado em e-book, após o cancelamento precoce da série, em sua terceira temporada, pela Showtime. Algumas raras vezes o cancelamento vem ainda em tempo de reescrever e filmar o(s) último(s) episódio(s). Menos sofrimento para quem recentemente decidiu assistir Touch, Smash, Final Resort ou 666 Park Avenue. 'Menos' porque estas soluções costumam trazer desfechos corriqueiros e... insatisfatórios.

Uma boa parcela de criadores de séries ganha de presente da emissora, pelo bom serviço prestado, a oportunidade de começar uma temporada já com o status de derradeira, com tempo e liberdade criativa para encerrar sua história adequadamente. Mas 'satisfação' é extremamente subjetivo. É sempre assim: uma série acaba e nunca há uma reação unânime. As discussões perduram, com intensidades diferentes de ira e de paixão. E não acontece só com as mais intricadas, como Lost ou Família Soprano (que terminou sem ter fim, mesmo sabendo que era o final), mas também com as mais simples (os finais de sitcoms como Friends e Seinfeld, por exemplo, despertaram tanto amor quanto ódio de seus fãs).

Então, como as séries geralmente são abandonadas antes do fim e, quando não o são, raramente têm um final satisfatório, a resposta lógica à pergunta "vale a pena assistir?" seria "não". Mas, muitas vezes não cabe a máxima de que o que vale mesmo é a viagem e nem tanto o destino?

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