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domingo, 31 de março de 2013

O valor do que se faz


Muita gente tem a mania de diminuir o valor do trabalho de outras pessoas. Outros, muitos também, minam seu próprio brilho, menosprezando seu próprio serviço.

Minha Vida é um filme sobre um paciente terminal, com Michael Keaton e Nicole Kidman, que achei muito ruim a única que vez que o assisti, no cinema, em 1993. De fato, fez pouca bilheteria e foi recebido muito mal pela crítica  (hoje em dia conta com apenas 44% de aprovação no tomatômetro).

Acontece que achei extremamente comovente o comentário que o diretor/ roteirista do filme, Bruce Joel Rubin, fez em um documentário sobre roteiristas, que o Pablo Villaça, do Cinema em Cena, viu e fez questão de traduzir e publicar em seu blog:

“O estúdio me mandou um pacote com todas as críticas e comecei a lê-las e todas eram socos abaixo da linha da cintura. E eu desabei. Desabei por meses depois que aquele filme foi lançado. Acreditei que aquele era o maior fracasso da minha carreira. Ele não arrecadou como o estúdio queria, não alcançou os resultados que eu queria, as críticas foram péssimas… E aí, mais ou menos nove meses depois, uma mulher se aproxima de mim em uma festa e diz:
‘Meu marido morreu de câncer há um ano. E meu filho e eu nunca discutimos o assunto. Meu filho tinha 12 anos e não conseguia falar sobre isso. Agora ele tem 13 anos e eu estou com câncer e tenho seis meses de vida. Mais ou menos uma semana ou duas depois que seu filme foi lançado, meu filho e eu fomos vê-lo. Quando o filme acabou, voltamos para casa e ele estava em prantos. Ele se encolheu em meu colo e tivemos a conversa que eu precisava ter antes de deixar este mundo. E isso não teria acontecido sem o seu filme. Então… obrigada’.
Nesse momento, algo aconteceu comigo. E naquele instante eu percebi que… tinha feito o filme para ela. E isso era o bastante.”

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