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domingo, 28 de outubro de 2012

Em tempo pro Halloween


Talvez intimidado por suas 1073 páginas, enrolei pra começar a ler Under The Dome (Sob a Redoma, como foi chamado na edição nacional), do Stephen King. Mas foi tão difícil largá-lo quanto foi pegá-lo. Quis o irônico destino que eu terminasse de lê-lo no mesmo dia em que a história se encerra: às vésperas do Halloween.


Não sou fã de terror, julgo existir pouquíssimos filmes realmente bons do gênero, e acredito que os melhores trabalhos (julgando pelas adaptações cinematográficas) do Sr. King são quando justamente ele foge do estilo que o fez famoso. Porém, quando a Dreamworks Television adquiriu os direitos para fazer uma série e escalou um dos roteiristas de Lost para comandar a adaptação, resolvi dar mais uma chance ao mestre do terror.

Acabou que a narrativa, apesar do clima pré-Halloween, não é um terror tradicional, com espíritos do além, monstros ou psicopatas mascarados, mas sim um ensaio sobre várias faces da crueldade humana. Sobretudo da crueldade do homem para com sua própria espécie e para com a natureza.

Realmente o livro tem todos os elementos necessários para virar uma boa série: mistério, suspense, ação, múltiplas sub-histórias e vários personagens interessantes que podem ser agregados, como também podem ser (e certamente serão) excluídos, ao longo das temporadas. Entretanto, apesar de ter espaço para extrapolar o texto original, a série só seria perfeita se já nascesse com uma quantidade definida de temporadas, o que é praticamente impossível na realidade da TV americana. E certamente será necessário dosar bem e filtrar um pouco da perversidade e da violência gráfica contidas no livro, transformando o material em um formato mais amigável e compatível com o horário nobre da televisão.


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Calling Elvis


O mundo andou celebrando os 35 anos da morte (ou não - há controvérsias) de Elvis Presley.

Como tendo a gostar bastante de suas músicas, especialmente os hits como "Hound Dog", "Don't Be Cruel", "Blue Suede Shoes", "Love me Tender", "Jailhouse Rock", "Can't Help Falling In Love", "Suspicious Minds", "Always On My Mind" e até "A Little Less Conversation", pensei que seria legal deixar um post aqui pra não passar batido.

Infelizmente não posso comentar sobre seus filmes, pois confesso que não vi nenhuma das 31 produções nas quais que atuou entre 1956 e 1969. Portanto, vou apenas relembrar frases marcantes que fizeram menção à ele em filmes mais recentes:

Lilo & Stitch
"Elvis Presley was a model citizen. I've compiled a list of his traits for you to practice. Number one is... dancing!"

 Independence Day
"Elvis has left the building!"

Os Fantasmas se Divertem
"That's very nice work. Let me ask you something. How do you get them so sma... Hey, there goes Elvis! Yo, King!"

Os Caça-Fantasmas
"As they say in T.V., I'm sure there's one big question on everybody's mind, and I imagine you are the man to answer that. How is Elvis, and have you seen him lately?"

MIB - Homens de Preto
"- You do know Elvis is dead, right?
 - No, Elvis is not dead. He just went home."


PS.: Como o blog é censura livre, Amor à Queima Roupa foi deixado de fora propositalmente.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Ruela Brasil


Não escondo de ninguém meu desagrado por novelas...E, claro, não assisto. Mas, o apartamento é pequeno e uma coisa ou outra acabo vendo de relance. E acabo descobrindo que os roteiristas não se cansam de me surpreender. Negativamente, claro.

Avenida Brasil é uma novela na qual toda vez eu pescava alguma coisa sempre tinha alguém tramando algo de mau contra outra pessoa, ou alguém fazendo o mal na prática contra outra pessoa. (Acho que fiz o uso correto de 'mau' e 'mal' nessa frase). Ou seja, aquela síndrome do Stephen King, de que situações extremas afloram as maldades interiores dos seres humanos, não se aplica à esta novela. Aqui as pessoas são más sempre. E não é que o povo gosta disso?

Os roteiristas estão dispostos a qualquer coisa pelo IBOPE. Já cansei de ver, por exemplo, novelas copiarem quase que literalmente cenas de séries ou filmes americanos. Porém, o cúmulo eu vi hoje.

A situação é a seguinte: mataram um personagem, Max, exatamente uma semana antes da novela acabar, sem revelar o assassino, pra garantir (ou aumentar) a audiência. Não que um pouco de mistério seja ruim, Lost se sustentou muito bem por 6 temporadas assim. Mas é impressionante como que o mistério da Globo é sempre o velho "Quem matou X?". Cadê a critividade?

O que vi hoje e que me espantou (embora nem saiba por quê - já era de se esperar), foi uma cena em que vários personagens estão discutindo num bar sobre quem tinha motivos pra matar o tal Max. "Fulaninha é má, só pode ser ela!""Mas, peraí o num-sei-quem foi chifrado pela vítima, então pode ser ele também" "Olha só, a esposa foi tão chifrada quanto, e ela estava no local do crime!""Mas vocês estão se esquecendo da mãe do num-sei-quem, que é super-protetora""Peraí, o tiãozão sei-la-quem também não gostava do cara"... e por aí vai.

Reparem na RIDICULARIDADE desta cena: enquanto até os mais medíocres roteiros (e livros) de whodunit deixam os espectadores (e leitores) seguirem as pistas sozinhos e decidirem quem são os suspeitos, a Rede Glooooabo subestimou totalmente a inteligência de seu público e fez com que personagens tomassem o papel dos telespectadores. Quem acompanha a novela deveria discutir o capítulo num bar (ou no local de trabalho, que seja) no dia seguinte, não os personagens!


E o povo embarca nessas, em massa. Mas, esse é o Drama de um país que acha que Comédia é um bando de personagens caricatos repetindo bordões.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

And here's to you, Mrs. Robinson


As pessoas simplesmente assumem que algumas coisas são boas (e que errado é quem não gosta).

Ostra, escargot e comida japonesa; Bob Marley, Raul Seixas e Legião Urbana; Oliver Stone, Quentin Tarantino e Woody Allen.


A trilha sonora de A Primeira Noite de um Homem

Créditos iniciais ao som de 'The Sound of Silence'.

"Songs by Paul Simon
 Sung by Simon and Garfunkel"

Não tem como dar errado, certo?

Vinte minutos (ou por aí) a mais de filme e... lá vem outro hit de Simon & Garfunkel...

Não. É 'The Sound of Silence'. De novo.

Segundo terço do filme começa.

Ah! 'Scarborough Fair'.

É, essa trilha é sensacional, mesmo.

Mais uns vinte minutos (ou por aí) e...

...'Scarborough Fair'? De novo?

Hmmm...

Terceiro Ato iniciando. Será que vai rolar 'Mrs. Robinson' só no fim do filme? A trama se passa em torno de uma personagem chamada Sra. Robinson! Tem que rolar. E logo.

Opa! Olha ela aí! Só assoviada, mas rolou. OK.

Mais alguns minutinhos... e olha ela aí de novo. Instrumental, só o refrão cantado, uma vez.

Estranho.

Tá acabando o filme.

Créditos finais e...

...'The Sound of Silence'. Mais uma vez.

Sério?

Por mais que tentem enaltecê-la,  a verdade é que esta é uma das trilhas mais preguiçosas da história do cinema.