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domingo, 18 de março de 2012

Brasileiros + Filmes =


Amor!

O site Very Small Array compilou as palavras-chave mais buscadas (por país!) na maior base de dados de filmes da Internet, o IMdB.  O resultado foi um mapa-mundi muito legal sobre qual tema que cada nacionalidade mais busca quando se trata de filmes, TV e jogos...



CLIQUE AQUI para ver o mapa completo.

Tem cada país amargo por aí, viu... Como diria Lennon (e, no caso, os brasileiros) "All you need is love".

sexta-feira, 9 de março de 2012

Indo à captura


Deslumbrado com o visual de As Aventuras de Tintim, um amigo me perguntou se eu sabia algo sobre a técnica utilizada no filme. Dei uma explicação genérica, mas ele gostou e pediu para que eu divulgasse por aqui...

Trata-se do motion-capture ou, como andam chamando mais recentemente, performance-capture. Basicamente colocam os atores com uma roupa estilo aquelas de mergulhador, cheia de sensores que capturam todos os movimentos deles enquanto filmam as atuações. A atuação é depois renderizada no computador, com o formato dos personagens, texturas, roupas, objetos, etc. Este processo já foi utilizado pra criar só alguns personagens em filmes ‘carne-e-osso’ (como Peter Jackson fez com o Gollum no Senhor dos Anéis e o King Kong), para filmes totalmente animados, (como Tintim e sobretudo por Robert Zemeckis em Expresso Polar, Beowulf, Os Fantasmas de Scrooge e, segundo foi anunciado, uma futura refilmagem de Yellow Submarine) e também em filmes híbridos (como James Cameron fez com Avatar).


A técnica é inovadora e meio polêmica, pois a ala tradicional do mundo do cinema (pra não dizer velha) não a considera “atuação suficiente” (para, por exemplo, indicar Andy Serkis como Melhor Ator, pelo Gollum ou pelo Caesar de Planeta dos Macacos: A Origem este ano) e também não a considera “animação suficiente” (principal motivo pelo qual Tintim não foi indicado ao Oscar de Animação – apesar de ter ganhado o Globo de Ouro na mesma categoria). [E -acrescento este comentário após o Oscar- aparentemente técnica parece não ser considerada como “efeitos visuais suficientes” também.] Na minha opinião, isso é uma bobagem enorme desta tal ala conservadora, porque no caso dos filmes em carne e osso, o ator estava lá no set, com a roupa de mergulho, interagindo e atuando com todos os atores, ou seja, ele teve todo o esforço físico e usou todas as técnicas de atuação como todo mundo. A única diferença é que sua imagem foi substituída depois – até seus diálogos e expressões faciais são aproveitados. E no caso da animação, eles estão se esquecendo de todo o trabalho que a equipe teve de composição dos personagens, usando técnicas de animação, e, principalmente, de composição de objetos, animais e cenários. Todos os detalhes dos grandiosos cenários de Tintim foram esforços dos animadores em colaboração com os diretores de arte, para criar a visão do diretor. Um filme da Pixar passa pelos mesmos processos, “só” o da movimentação dos personagens que é diferente.

O bacana de Tintim é ver como Spielberg soube aproveitar bem este novo “brinquedo”. Enquanto Avatar é de cair o queixo, ele ainda parece ser um filme rodado de forma tradicional. Em Tintim, Spielberg abusou criativamente da liberdade que sua “câmera” tinha e criou tomadas, sequências e transições de cenas impressionantes. É como dar uma guitarra que tem, sei lá, dois braços para um cara tecnicamente muito bom e ver que sai coisa muito boa, mas depois entregar a mesma guitarra para um cara muito bom, tanto tecnica quanto criativamente, e ver  uma apresentação performática acontecer.

Dá para imaginar o Spielberg terminando de tocar a guitarra e dizendo para o público atônito da Academia: “I guess you guys aren't ready for that yet... But your kids are gonna love it.”