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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O espírito da coisa


Hoje recebi um e-mail de um amigo que trazia uma pergunta bastante interessante: "O que tem achado da investida em temas da doutrina espírita no cinema nacional?" Religião, junto com política, sexo, futebol e o final de Lost, é sempre um assunto polêmico, mas nem por isto devemos evitá-lo. Por isto resolvi transformar a resposta em post.

Certamente a pergunta surgiu devido ao sucesso de Nosso Lar, os recentes Chico Xavier e Bezerra de Menezes - O Diário de Um Espírito e, provavelmente, a novela global Escrito nas Estrelas.

Devido a um post de Maio, pode parecer que sou contra esta investida, pois, em um rápido momento de desilusão com a criatividade no cinema (pré-A Origem, claro), citei estes filmes enquanto escrevia justamente sobre as enxurradas de produções em torno dos mesmos temas. Porém, não é verdade.

Sou católico, praticante, mas sempre fui criado com uma mente muita aberta, no sentido de aceitar a crença das outras pessoas e respeitar suas convicções. Além de considerar isto uma correta atitude cristã, isto me permitiu apreciar, sem preconceito, vários filmes que pregavam outras doutrinas. Aliás, essa investida em temáticas espíritas não é exclusiva do cinema nacional, várias produções famosas de Hollywood que me agradaram já se pautaram pelo espiritismo. Vale lembrar de Ghost – Do Outro Lado da Vida (o maior sucesso de Patrick Swayze), Amor Além da Vida (com Robin Williams), Um Olhar do Paraíso (do Peter Jackson), Além da Eternidade (do Spielberg), entre várias outras. Inclusive, um dos filmes que acho vão marcar este ano é Hereafter, produzido pelo próprio Spielberg e dirigido pelo Clint Eastwood (vejam o trailer).

Independente da orientação religiosa, é necessário ao menos respeitar estas obras cinematográficas e, se tiverem as qualidades essenciais, saber apreciá-las. Afinal, é necessário acreditar em alienígenas para se gostar dos filmes de ficção científica que existem por aí?


Da parte das produtoras, claro que existe um grande interesse financeiro por trás disso tudo. Não é a toa que já foi anunciada a pré-produção de Nosso Lar 2, baseado em um outro livro psicografado, de outro nome, do mesmo espírito. Mas é assim que qualquer indústria funciona: investir no que está dando certo, para se ter mais lucro. E o cinema é uma indústria. A prática do cinema americano é basicamente esta: deu dinheiro, vamos fazer uma continuação.

Os conspiracionistas podem sugerir que há uma “invasão espírita” na sociedade brasileira, que estão querendo mudar a orientação religiosa das pessoas, etc, etc. Mas isto é uma grande balela. Se não for apenas interesse financeiro dos produtores, e os apoiadores do espiritismo tiverem mesmo arrumado um meio eficiente para catequizar as pessoas, parabéns a eles. Afinal, o princípio básico de todas as religiões é a conversão do próximo (“Ide e evangelizai", não temos isso?). E isto é totalmente válido se for feito de uma forma saudável e respeitosa (não quer ver, basta não ir ao cinema, existem umas 7 salas por shopping com outros filmes). Quando descobrimos algo que julgamos ser muito bom e que poucos conhecem (uma promoção na internet, um novo restaurante, um filme, etc), não tentamos de imediato divulgar às pessoas que gostamos? O espírito é o mesmo (perdão do trocadilho). E um filme pode despertar forte interessante na pessoa, mas ela não será convertida simplesmente por causa dele.

Acho que os conspiracionistas deviam se preocupar é com o fato do filme do Lula ter sido anunciado ontem como o pré-candidato ao Oscar pelo Brasil, em plena véspera de eleição... Iiiih, entrei em outro tema polêmico. Vamos falar do final de Lost então, hehehe, porque o Galo tá osso!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O 3D pelo 3D (post reciclado)


Há quase um ano meio eu via meu primeiro filme dessa "nova geração" de 3D e escrevia aqui no blog que em breve "tudo voltará a ser sobre uma boa história sendo contada de uma boa forma e não sobre um recurso sendo bem usado ou não."

Bom, esse dia ainda não chegou.

Indignado com um amigo que nunca havia visto um filme 3D (o ingresso é mais caro, hahaha) e secretamente empolgado com o trailer, resolvi me aventurar em acompanhá-lo numa sessão de Resident Evil 4: Recomeço. Nunca assisti a nenhum outro filme da série, nem joguei o game (não gosto de usar palavras em inglês, mas "joguei o jogo" ia ficar muito feio) em que ele se baseia, fui apenas pela técnica. E valeu a pena, por isto.

Acho que tudo que eu precisava saber da história (?) a Milla Jovovich me contou em uma narração de um ou dois minutos e meu amigo completou com duas ou três frases. A partir daí não precisei mais acompanhar o enredo (quase inexistente), apenas sentei e apreciei algumas boas sequências de ação e uma ótima aplicação do recurso 3D.

Vindo após críticas duras às conversões posteriores para 3D de Fúria de Titãs e O Último Mestre do Ar, este Resident Evil provou que quando o filme já é planejado para utilizar a técnica, o resultado pode ser de encher os olhos (mesmo que seja de esvaziar o cerébro). Mas, OK, por enquanto ainda "vale conferir pra pelo menos sentir o gosto da novidade..."



terça-feira, 21 de setembro de 2010

Juntos novamente?


A vida tá meio corrida estes dias e os posts estão escassos... mas vai uma notícia bacana pros orFÃos de Lost.

Correu essa semana que J.J. Abrams, a principal mente criadora por trás da saudosa Ilha misteriosa, está apadrinhado e buscando emissora para uma possível nova série a ser estrelada por Terry O'Quinn e Michael Emerson! Os fãs mais dedicados já estão empolgados, os mais distraídos ficarão agora: os premiados Terry e Michael foram os intérpretes dos dois personagens mais marcantes de Lost, John Locke e Benjamin Linus.

E então? Não seria espetacular ver estes dois grandes atores contracenando juntos novamente? Mesmo que não seja exatamente naquela guerra psicológica que travavam?


Ah, a outra notícia boa vinda de J.J. Abrams é que as filmagens de Super 8, o filme em que ele vai dirigir sob a produção do Spielberg, estão começando esta semana.

Doido.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Escovando música


Sou um entusiasta de todos os aspectos das produções cinematográficas, então a música não poderia ficar de fora da minha apreciação. Trilha sonora é igual cabelo: uns têm bom, outros têm ruim e outros nem têm (Achou estranho? Não viu Os Pássaros nem Onde Os Fracos Não Têm Vez, né?) E se o cabelo é o molde do rosto, a trilha é o molde do filme. Imagine, por exemplo, Guerra Nas Estrelas, Superman, Tubarão e Indiana Jones sem o John Williams. É o mesmo que tentar visualizar Catherine Zeta-Jones ou Charlize Theron sem cabelo, certo? (Tá, sei que os marmanjos estão tentando é visualizá-las sem roupa, mas vamos manter o foco.)

E John Williams é apenas um dos Jassas do cinema. Existem outros grandes nomes, que nem vou começar a citar, pra não correr o risco de esquecer algum. Porém, um deles é o foco deste post: o alemão Hans Zimmer, que fez excelentes trilhas para vários filmes, que nem vou começar a citar, pra não correr o risco de esquecer algum. (Curioso é que ele surgiu de uma banda pop, The Buggles - do sucesso Video Killed The Radio Star - assim como, o também Jassa, Danny Elfman, que surgiu do Oingo Boingo - do sucesso Stay).

A última proeza de Zimmer foi em um certo A Origem. Sei que já explicitei aqui meu agrado pelo filme e que deveria me ocupar com outros assuntos, mas a obra do Christopher Nolan se recusa a sair da minha mente e eu precisava compartilhar este achado com vocês.


A música de A Origem "me ganhou" já no trailer. O que é muito perigoso, pois raramente trailers usam as trilhas finais do filme. E, não deu outra: a música (Mind Heist) ali usada era de um tal de Zack Hemsey. Porém, a composição final do Hans Zimmer se mostrou ainda mais interessante, intrigante e harmonizada com o que desenrolava na tela.

Li em algum lugar sobre a relação direta da música "Non, je ne regrette rien" da Edith Piaf, que também é usada no filme, com a trilha instrumental do Zimmer. E, sem entregar muito do roteiro, a idéia genial do compositor casa perfeitamente com a idéia dos níveis e noções do tempo criados para o filme. Veja neste rápido e obrigatório link:

http://www.youtube.com/watch?v=UVkQ0C4qDvM

Demais, não?

Acho que é o primeiro caso de escova progressiva na história da música no cinema.

(PS.: Não entendo nada de cabeleireiros, mas espero que o Jassa seja tão bom quanto é famoso, senão minha analogia vai pro espaço. Ou pro limbo)