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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

D I 7


E se a invasão alienígena de Independence Day fosse refilmada no Brasil?

O ator principal seria o Selton Mello, pra dar público, e tudo começaria, naturalmente, no dia 06 de Setembro. Os primeiros contatos seriam em Varginha, Quixeramobim e Passo Fundo. Depois, as naves começariam a chegar aos grandes centros...

Em Belo Horizonte, as naves já chegariam aterrizando com ajuda de um manobrista usando camisa da Galoucura. Em Porto Alegre, os ETs desembarcariam às margens do Rio Guaíba, onde alegres pessoas os ofereceriam chimarrão, no porto. Em São Paulo, surgiria a primeira dificuldade da ocupação: as naves empacariam no trânsito de 163km no centro, sem contar as saídas pro litoral. E no Rio, a primeira resistência tupiniquim: alienígenas desavisados sobrevoariam um morro em plena disputa pelo ponto e acabariam no meio do fogo cruzado de quadrilhas rivais do tráfico.

A demonstração do poder extra-terrestre começaria em Brasília. Ao som de aplausos e gritos de apoio de uma empolgada multidão, os invasores destruiriam os prédios do Congresso Nacional. A animação da torcida local diminuiria rapidamente ao se darem conta de se tratar de véspera de feriado e, assim como segundas e sextas, os prédios estarem vazios.


As naves continuariam destruindo marcos turísticos do Brasil afora, para gastar a grana dos efeitos especiais e poder montar um bom trailer: o Pirulito da Praça Sete, o Maracanã, o Pelourinho, uma penca de obras projetadas por Niemeyer, a mansão do Edir Macedo e o castelo do Edmar Moreira. O Cristo Redentor seria poupado pra ninguém confundir com o trailer de 2012. A igualmente imponente estátua de Borba Gato nada sofreria, pois as naves continuariam presas no trânsito paulistano.

Na virada da meia-noite, ao vivo da Europa onde fora fazer uma viagem diplomática e aproveitar o feriadão, o presidente Lula faria um inflamado discurso sobre como nada sabia da invasão, como ela não deveria passar de um protestozinho de nada e como tudo deveria ser uma manobra política para tentar desmoralizar o PT. O discurso terminaria com a icônica frase "Essa noite selebramos o nosso dia da independença!"

No dia 07, então, o Brasil utilizaria suas maiores armas contra os invasores: mulatas desfilando em micro-biquínis para tirar a atenção; alto-falantes espalhados tocando Alexandre Pires, Bonde do Tigrão e É o Tchan para atordoar; ingressos de graça pro Fra-Fru pra aglomerar e encurralar; e cartão de crédito da Ricardo Eletro, com parcelamento exclusivo em 24 vezes no fogão com IPI reduzido, para fechar a tampa do caixão. Contaminados com dengue, gripe suína e bactérias bizarras que destroem as solas dos pés, os alienígenas voltariam a seu planeta natal onde emitiriam um relatório conclusivo de que é impraticável a vida na Terra e que muito menos houve indícios de vida inteligente no planeta.

Passado o feriado, a população, voltando das praias do Espírito do Santo, ficaria chocada com as notícias da tentativa frustrada de invasão no Jornal Nacional, que não teria tempo em seu editorial para divulgar sobre a sessão extraordinária na madrugada do dia 08 que aprovou a instituição do auxílio-anti-futura-invasão-extraterrena para os Deputados e Senadores, extensiva a familiares, amigos e apadrinhados.


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