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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Hora do comercial


Tem alguns filmes que a gente fica morrendo de vontade de ver. Até cria lista dos mais esperados do ano. Aí pela primeira vez estou com vontade ver... um comercial de TV.

Esbarrei numa notícia, cuja parte importante transcrevo aqui:

O comercial estrelado por Gisele Bündchen mereceu uma megaprodução, com gastos de R$ 4 milhões, fora o cachê dela, e direção do cineasta Fernando Meireles. “Não tenho notícia de outro comercial com esse padrão”, diz Xavier. O cenário escolhido foi o saguão de um aeroporto com as pessoas desavisadas circulando, o que exigiu autorização especial.

“Queríamos aproveitar a espontaneidade de todos, por isso pedimos a Gisele que sentasse num sofá vermelho e apertasse o controle remoto. Cada vez que o fazia, algo acontecia no entorno, como se a TV estivesse transmitindo ao vivo”. O resultado, diz, é merecedor de prêmio em Cannes. “Por isso, vamos inscrever a peça no Festival".

Soa super interessante. Dizem que o comercial passará na TV aberta no domingo. Mas num tô afim de ficar vendo Faustão ou Fantástico pra conferir não...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Egotrip


"Claro que Kill Bill é um filme violento. É um filme do Tarantino. Você não vai ver Metallica esperando que toquem músicas calmas." É assim que o próprio Quentin Tarantino se define. E, mesmo assim, por algum motivo ainda me surpreendo com as notícias que vêm surgindo acerca de Bastardos Inglórios, seu próximo filme, que trata de um grupo de soldados judeus-americanos reunido durante a II Guerra, na França dominada pelas tropas de Hitler, para sair aterrorizando nazistas.

"Será um filme sanguinolento", começa este artigo centrado em Eli Roth (ator deste filme e diretor do festival de carnificina gratuita O Albergue). "Quentin não economiza nos escalpamentos" (...) "Nós pegamos os nazistas, arrancamos seus couros cabeludos e os espancamos até a morte com um taco de beisebol." (...) "Nós brincávamos no set sobre o que é dito em Ligeiramente Grávidos, de que 'Munique é o filme em que os judeus arregaçam'. 'Não, não', dizia Tarantino, 'ESTE é o filme em que judeus arregaçam'."

Então, além de ser historicamente implausível (imagine uma turma perambulando pela França matando nazistas com tacos de beisebol), o filme se vangloria de ser um banho de sangue por pura diversão. Afinal, foi o próprio Tarantino que disse uma vez: "Violência é uma das coisas mais divertidas de se ver". Agora, quem se diverte em ver escalpamentos, torturas e espancamentos, não deve ser uma pessoa normal. Não importa quem seja o alvo das atrocidades.

Enquanto inúmeros diretores renomados se esforçam para tratar a crueldade da guerra nas telas como um alerta antibélico, eis que vem este trabalho guiado por egocentrismo, onde o único objetivo da polêmica que certamente irá gerar é colocar os holofotes sobre Tarantino. E o mais deplorável é pensar que, neste momento, os mesmos críticos hipócritas que condenaram a violência explícita de A Paixão de Cristo, ou acusaram Quem Quer Ser Um Milionário? de maquiar e explorar a violência, já estão colocando 5 estrelas em suas resenhas de um filme que nem viram ainda, só porque enxergam 'a roupa nova do Imperador' em cada fio que Tarantino tece.

sábado, 25 de abril de 2009

terça-feira, 21 de abril de 2009

Presságio pré-visto


Presságio
é mais um daqueles filmes em que a idéia inicial é melhor que o resultado final. Os comentários a seguir contêm spoilers pesados, leiam apenas após terem visto o filme. (Por este mesmo motivo não colocarei em negrito os nomes de outros filmes aos quais faço referências)

Para começar, o longa se arrisca em mares navegados com sucesso somente por pouquíssimas produções: a mudança de gênero no 3o. ato. A maioria dos filmes que pula de comédia para drama, drama para fanstasia, suspense para ficção científica (como é o caso), etc., naufraga. Este não chega a ser um desastre titanesco porque possui 2/3 de filme bastantes eficientes com cenas impecáveis (como a do acidente do avião e a sequência do metrô), e um bom trabalho de direção e edição colocando um ritmo forte e tenso até o (decepcionante) desfecho.

O roteiro escorrega na sequência conclusiva não só pela mudança de gênero, mas porque acabamos percebendo que toda a "parte boa" do filme acabou sendo construída em vão. O debate filosófico de casualidade x destino é mal aproveitado e perde todo o sentido. Afinal, por quê o personagem de Nicolas Cage precisa de fato saber as coordenadas e se envolver daquela forma, se no fim das contas os alienígenas acabam sequestrando os meninos, levando-os ao local de decolagem? E, se era decisão do filho ir ou não ir, por quê eles tinham que ficar perseguindo-os e dizendo "venham conosco"?

Da mesma forma, muitas cenas aparecem como meros mecanismos para fazer o roteiro girar. Como foi mesmo que o então super-incrédulo Nicolas Cage descobriu que parte dos números tinham um propósito? Por quê o filho de repente passa a escrever números em uma folha de papel, como a Lucinda, se o mundo já vai acabar no dia seguinte, senão só para dar a dica da porta de madeira arranhada? Por quê os alienígenas precisavam se parecer com humanos? Se vimos na destruição final que até prédios viram pó com a onda de calor solar, que sentido tem aquela cena que o alienígena mostra a floresta e os animais apenas em chamas? Por quê a Lucinda velha escreveria everyone else debaixo da cama?

Outro ponto incômodo foi que consegui enxergar várias cenas recicladas em Presságio. As já citadas cenas do avião e do metrô me pareceram versões melhoradas e mais impactantes do início de Lost e do final Velocidade Máxima, respectivamente. Também foi elevado a um nível mais alto as aparições dos alienigínas-disfarçados-de-humandos que já havíamos visto em Os Esquecidos. Porém, as demais cenas recicladas ficam aquém de suas fontes inspiradoras. A despedida à beira da nave com todo aquele drama de 'vai, fica, vem' já tinha sido feita em E.T. - O Extraterrestre. Com o diferencial de que em Presságio não há força dramática, já que não há opção para Nicolas Cage, tendo em vista que ele não foi chamado, e tampouco há opção para o filho: é ir ou a morrer. E então Cage sai correndo para se reconciliar com o pai, e receber a onda de calor apocalípitica abraçado com ele, assim como Téa Leoni fez em Impacto Profundo (só que com onda d'água). Mais uma vez, sem a mesma carga dramática porque Cage não tinha a opção de se salvar: o mundo INTEIRO ia pro espaço, enquanto Tea Leoni tinha ainda a chance de ir para "lugares altos" como fez Elijah Wood naquele filme. O que nos leva a questionar se houve mesmo algum tipo de redenção do personagem de Cage, já que o lance de pastor, morte da esposa e perda de fé nos faz lembrar também de Sinais, mas sem nenhuma mensagem clara como a do filme de M. Night Shyamalan.

E clareza é o que Presságio tem demais ao expor o fim do mundo que, embora a sequência encha os olhos com seus belos efeitos visuais, acredito que o desfecho deveria ser mais sutil, optando por deixar algumas mensagens subentendidas, como na versão original de O Segredo do Abismo (Quem viu a versão do diretor nota que sua falta de sutileza praticamente estraga a versão exibida nos cinemas). Por outro lado, a pouca clareza no epílogo demonstra também a fragilidade com que o longa tratou temas bíblicos. Os dois meninhos são os novos Adão e Eva e a grande árvore branca é uma macieira com uma serpente? A mensagem do filme é que a nossa Terra atual também surgiu assim? O que havia nas outras naves: bichos de todo canto do Planeta, sendo tudo aquilo uma nova Arca de Noé porque Deus já não mais tinha fé na nossa humanidade; ou os coelhos brancos que os dois meninos levaram simplesmente simbolizam a fertilidade e nas outras naves existem "escolhidos" de outros cantos do planeta? Esta última opção seria pelo menos etnicamente mais correta, né?

Pra completar, vemos que na Hollywood pós-Sexto Sentido, todo filme que tem, ou pretende ter, uma reviravolta, tenta repetir a fórmula: dar dicas do que está por vir para (tentar) dar aquela sensação de "Como não pensei nisso antes? Preciso rever o filme, já". E estão lá as deixas de que estamos tratando de alienígenas (o letreiro inicial virando estrelas, o papo de vida em outros planetas logo no começo), de que a ameaça vem do sol (Lucinda olhando fixamente pra ele, o papo na sala de aula) e da fatalidade final (a mulherzinha dizendo "Todos nós morreremos no final"). Mas o fato é que, não dá vontade de rever Presságio. Pelo menos não "já".

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Como se fosse a primeira vez...

A (perda de) memória já foi usada com muita eficiência em produções hollywoodianas recentes, seja para servir como ponto de partida para uma bem sucedida trilogia de ação (A Identidade Bourne) ou seja na criação de um policial intrigante e bem arquitetado, em forma e conteúdo (Amnésia). A idéia foi extrapolada no bom suspense Os Desconhecidos (que, embora tenha astros como Jim Caviezel, Joe Pantoliano e Greg Kinnear no elenco, é um pouco... desconhecido) ao utilizar o artifício de "amnésia coletiva". Foi base até para o alívio cômico de Procurando Nemo e como arma secreta dos Homens de Preto.

Mas, em termos de inovação no conceito, nenhuma delas superou Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. A premissa do filme é que um pequeno grupo de cientistas consegue, com precisão cirúrgica, remover situações (e pessoas, no caso) específicas da memória de uma pessoa. Charlie Kaufman e Michel Gondry criam não só um interessantíssimo e improvável filme romântico, como também aguçam nossa imaginação com uma possibilidade ímpar: e se pudéssemos apagar coisas isoladas da nossa mente?

Não vamos pensar em sofrimentos ou coisas ruins, como fez o Fantástico neste fim-de-semana, mas vamos nos ater a coisas que foram tão bacanas que gostaríamos de poder experimentar, de novo, só que como se fosse inédito. Um rápido exercício, deixando nossa vida pessoal de fora: quais filmes, músicas, etc. você apagaria da sua memória, só para ter o sabor da novidade mais uma vez?

Eu, de cara, mandaria pro limbo O Sexto Sentido, Os Suspeitos, As Duas Faces de Um Crime, O Grande Truque e o Planeta dos Macacos original. Existem muitos filmes espetaculares por aí, mas estes (e alguns outros) que possuem aquela reviravolta surpresa no final, são muito especiais quando se vê pela primeira vez. Por isto também, invejo as pessoas que estão se iniciando no vício de Lost somente agora. Descobrir passo a passo cada surpresa da série é algo arrebatador. Continuando na TV, ainda me divirto com o Auto da Compadecida, mas poder rir igual da primeira vez seria impagável.

Fugindo um pouco dessa área, eu desligaria as conexões neurais também do primeiro show do Pato Fu que fui, em 1995, do da Marisa Monte no Palácio das Artes e do Funk Como Le Gusta no Marista Hall. Inesquecíveis. Seria um teste árduo pra ver se o desmemorizador funcionaria mesmo. Da mesma forma, "Construção" do Chico Buarque entraria na minha lista. Claro que existem centenas de outras músicas que não me canso de ouvir, mas desta me lembro até hoje do impacto causado na primeira vez que ouvi.

Extrapolando o tópico um pouco mais, eu também tiraria da memória a primeira vez que vi o Galo ser campeão brasileiro só para... errhh... que desconcertante... acho que ainda não tenho esta memória... bem... chega de mim. E aí? O que você colocaria na sua lista para rever sem lembrar que viu?



quinta-feira, 16 de abril de 2009

Enquetes...

Surpreendentemente, fui cobrado por não ter colocado o resultado da primeira enquete do blog. Eu imaginei que ninguém tivesse nem aí pra elas. Tenho base para isso, tendo em vista que a enquete especial de Páscoa terminou com apenas um voto: o meu. (Pra divulgação: o coelho mais legal do cinema, segundo os internautas, é o Roger Rabbit)

Mas não vou desistir, acho enquetes "mó legal". Vota aí, gente!

Bom, a "Qual o lançamento mais esperado de Abril" terminou com Monstros vs. Alienígenas em primeiro e Velozes e Furiosos 4 em segundo. Wolverine e Dragonball não tiveram votos. Com base na quantidade de votos e no universo provável de amigos turistas virtuais acidentais do blog, consigo determinar exatamente quem votou e quem não votou na enquete, hehehe.



terça-feira, 7 de abril de 2009

O "Cazaquistão" não é aqui...

Não me abalei com o episódio dos Simpsons no Brasil, nem dei bola praquele filme Turistas... O primeiro foi mais uma sátira divertida ao pouco conhecimento que os americanos têm do nosso país, e o segundo foi uma exploração desse pouco conhecimento para fazer um filme ruim e desprezível.

Mas, o relato que vem a seguir é insulto a todos nós brasileiros, homens mais especificamente...

A turma do Sylvester Stallone está no Rio filmando Os Mercenários, isso todo mundo já deve estar sabendo. O que é novidade é que a Sheryl Main, responsável pela publicidade do filme, criou um twitter pra mandar mensagens sobre o dia-a-dia da produção.

Aí resolvi dar uma olhada e... vejam este post!

# oh dear the man-kini thong is alive and well on the beaches of Rio. thanks a lot Borat
12:28 PM Apr 5th from web

Ela disse ter visto pessoas usando biquini-masculino / tanguinha à la Borat no Brasil! E pra garantir que era isso mesmo ainda mandou outra mensagem depois:

# ok people just to be clear...no man-kini in this movie. it was an observation as I walked along Copacabana beach. Sheesh
aproximadamente 13 horas ago from web

Sem comentários. Pra não xingar.

domingo, 5 de abril de 2009

...3D...




E finalmente pude ir no (único) cinema de BH a possuir sala 3D. E foi bacana.

Claro que hoje em dia não se usa mais os óculos anáglifos (da figura acima), que marcou presença em Tubarão 3-D e um dos filmes do Freddy Kruegger e do Sexta-Feira 13, entre alguns exemplos. A diferença é que a técnica é muito melhor (é usada polarização diferente em cada lente, e não duas cores diferentes) e permite ser aplicada durante todo o filme, sem cansar as vistas.

O filme em questão, Monstros vs. Alienígenas, é legal, garante algumas risadas e certa diversão. O ingresso (mais caro que um filme "comum") se paga pelo prazer de se desfrutar a técnica, ainda fresca no mercado. Como não assisti a nenhum dos outros filmes recentes que optaram também por este recurso, posso falar apenas por este: algumas cenas funcionam muito bem e se tornam mais chamativas por estarem em 3D, enquanto outras acabam sendo atrapalhadas pela técnica. Mas como tudo que é novo (ou recauchutado) logo logo o uso do 3D será aperfeiçoado e tudo voltará a ser sobre uma boa história sendo contada de uma boa forma e não sobre um recurso sendo bem usado ou não.

Enquanto isso, vale conferir pra pelo menos sentir o gosto da novidade...